Chuvas intensas ameaçam Parnamirim e vereadora cobra ações imediatas

A vereadora Rárika Bastos (Republicanos) cobrou a implementação de um Gabinete de Crise e um Plano de Emergências e Contingências para lidar com os impactos das chuvas em Parnamirim. Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal, realizada nesta quinta-feira 6, ela destacou que a cidade já sofreu dois eventos climáticos severos em 2025, mesmo antes do início oficial do inverno.

Segundo a parlamentar, a Defesa Civil precisa atuar preventivamente para evitar desastres e garantir a segurança da população. “Já tivemos um evento climático em janeiro e este já é o segundo. O inverno ainda nem começou. Normalmente, ele se inicia entre o final de março e maio, então precisamos nos antecipar”, afirmou.

O pluviômetro da Defesa Civil registrou 115 milímetros de chuva em Parnamirim em uma única noite, de acordo com informações do vereador Éder Queiroz (União). A vereadora destacou que o município está entre os 31 municípios do Rio Grande do Norte considerados passíveis de desastres ambientais, o que exige planejamento imediato.

A vereadora também alertou para os impactos urbanos e econômicos das chuvas. “Nova Parnamirim sentiu um impacto muito grande. Estamos na Avenida Olavo Montenegro, que sofreu um carregamento de terra considerável, afetando uma empresa do nosso município que fatura cerca de R$ 31 milhões por ano”, pontuou.

Outro problema apontado foi a falta de drenagem adequada. “As chuvas iniciais de verão deveriam ter ocorrido em novembro e dezembro, permitindo que o solo absorvesse a água de forma gradual. Como isso não aconteceu, agora temos chuvas intensas em um período curto, o que aumenta o encharcamento do solo e compromete a drenagem da cidade”, explicou.

A vereadora criticou a falta de um mapeamento atualizado das lagoas de contenção e captação. “A Secretaria de Obras não possui um mapa de drenagem. Precisamos pensar no Plano Diretor e no Plano de Emergências e Contingências, pois a cidade pode ser fortemente afetada, especialmente nas áreas próximas a rios, como o Cajupiranguinha e os riachos Água Vermelha e Pium”, afirmou.

Ela também cobrou ações da Prefeitura para evitar alagamentos e melhorar a infraestrutura urbana. “Estamos realizando a limpeza dos bueiros, mas não da malha de drenagem. Se não houver um equipamento específico para limpar toda a extensão, o serviço será ineficaz”, ressaltou.

O vereador Michael Borges (PP) complementou a discussão destacando o avanço das construções irregulares em áreas de rios e Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs). “A expansão urbana desordenada e a supressão vegetal estão intensificando os efeitos das chuvas. O problema não é imprevisível. Sabemos que, se chover mais de 50 milímetros, determinados pontos da cidade vão alagar”, alertou.

Diante das falas dos parlamentares, a líder do governo na Câmara, vereadora Rhalessa de Clênio (SDD), afirmou que a prefeitura está ciente do problema e que ações estão sendo planejadas. “Temos 37 dias de gestão e sabemos que não há como resolver tudo de imediato, mas estamos trabalhando para estabelecer um planejamento eficiente. Podemos, inclusive, convidar o secretário para discutir soluções junto com os vereadores”, declarou.

Os parlamentares reforçaram a necessidade de investimentos estruturais e políticas preventivas, como a criação de alertas para desastres e a captação de recursos federais para melhorias na drenagem da cidade. A expectativa é que o tema volte a ser discutido na próxima sessão da Câmara.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.