Jovem baleada na cabeça pela PRF tem alta após dois meses

A jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal na véspera de Natal, teve alta hospitalar nesta quinta-feira (5).

Juliana deve deixar o hospital às 14h. A mãe da menina, Dayse Rangel, informou ao UOL que já está no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), onde Juliana está internada e que a previsão é de que ela deixe o local às 14h.

Família ficou surpresa com a alta. Segundo Dayse, apesar da recuperação da menina, eles não esperavam que a jovem deixasse o hospital hoje.

“Foi uma surpresa boa para a gente, mas estamos muito felizes” Dayse Rangel, mãe de Juliana.

Jovem estava internada desde 24 de dezembro. Após um mês da dada, ela deixou o CTI (Centro de Terapia Intensiva) e voltou a falar. Na época, Dayse postou nas redes sociais que Deus havia dado uma nova chance de vida para a filha.”Naquele momento em que o carro estava sendo alvejado, eu achei que seria o nosso fim, mas Deus não se explica”, acrescentou na publicação.

Jovem foi baleada na véspera de Natal. Juliana estava no carro com a família, a caminho de Niterói, para a ceia de Natal, quando foi atingida por disparos de agentes da PRF durante uma abordagem na Rodovia Washington Luís, no Rio de Janeiro.

O pai da vítima, Alexandre Rangel, disse que mais de 30 tiros foram disparados em série pelos agentes. Os policiais teriam alegado que abriram fogo porque o carro onde estava Juliana teria atirado primeiro.

Alexandre detalhou que também precisou deitar para se proteger. E, mesmo sem enxergar a pista, conseguiu conduzir o carro até o acostamento. “Eu falei que ‘aqui tem família, aqui tem família’. Eles falaram: ‘Vocês atiraram na gente’. Eu falei: ‘Nem arma eu tenho. Como eu vou atirar em vocês se nem arma eu tenho? Eu só tenho família'”, afirmou.

O superintendente geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, classificou o caso como “um evento traumático”. Já o superintendente da PRF no Rio, Vitor Almada, confirmou que a patrulha era feita por três agentes -dois homens e uma mulher- que portavam dois fuzis e uma pistola automática. Os nomes dos policiais não foram informados. Por isso, a reportagem não conseguiu localizar a defesa dos envolvidos.

Conduta dos agentes é investigada em procedimento do Ministério Público Federal. O órgão abriu investigação no dia 25 de dezembro.

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