A crise climática é uma crise da humanidade

Toda semana antes de escrever para vocês, costumo ficar de olho no que acontece no mundo e em nossa cidade, sou muito atento a tudo que consigo, afinal de contas, somos bombardeados de informações por todos os lados a todo instante. Como gosto de ler muitas notícias e observar as coisas ao meu entorno, fico sempre pensando em trazer nos meus textos opiniões que possam ser válidas para alguma reflexão.

Essas últimas semanas foram bem atípicas, com filho pequeno, de apenas meses, me coloquei a pensar sobre o futuro de nosso planeta com tantos acontecimentos que temos visto por aí… Dias atrás assistíamos pela televisão ou por uma tela de celular, muitos bairros de Los Angeles, nos EUA, pegarem fogo. Assim como enchentes na Bahia, em Recife, São Paulo etc. Ano passado vimos todo o caos sofrido pela população gaúcha com as maiores enchentes da história no Rio Grande do Sul. Se voltarmos alguns anos, lembraremos dos deslizamentos de terra em Petrópolis/RJ, em Santa Catarina, no litoral de São Paulo, que destruíram inúmeras casas e causaram diversas mortes.

Parece que estamos nos acostumando com os ditos desastres ambientais. Estamos normalizando um modelo de relação com nosso Planeta totalmente destrutivo e insustentável. Principalmente porque não nos damos conta de que a humanidade está a cada dia que passa consumindo mais, poluindo mais, destruindo mais e… se preocupando menos em mudanças verdadeiras.

Grande parte da mídia, quando vai noticiar esses eventos climáticos ocorridos, colocam como se fosse um fenômeno puro e simples da natureza, quase nunca problematiza e mostra à sociedade que na verdade são eventos que acontecem devido nossa forma depredatória de existência no Planeta. São matérias jornalísticas que colocam a culpa na natureza, como se ela fosse curel, maldosa. Sendo que na verdade ela apenas está reagindo de acordo como lidamos com ela.

Precisamos todos e todas entendermos de uma vez por todas que nós, seres humanos, somos natureza, somos parte dela. Não existe vida humana na terra sem o equilíbrio do meio em que vivemos. Enquanto não assimilarmos isso, veremos cada vez mais desastres climáticos acontecendo, pois não passaremos a adotar hábitos e medidas condizentes com a sustentabilidade do meio ambiente.

Nós seres humanos precisamos parar de achar que podemos controlar tudo, prever sempre o futuro, domar as forças da natureza, controlar o nível dos oceanos com uma obra de engorda, por exemplo. Nos sentimos os donos do Planeta, sendo que na verdade nós não somos. Somos apenas uma parte, pequena parte dele. Precisamos conviver em harmonia com todas as outras formas de vida aqui existentes. 

Esse é um apelo que faço sempre por onde vou… Para que a gente comece a refletir sobre isso, e reverberar essa consciência para outras pessoas, por onde formos. Para que possamos disseminar que o cuidado com o meio ambiente é mais que necessário, é vital. Ou cuidamos agora, ou as condições de sobrevivência humana na Terra será cada dia pior, ao passo que poderemos chegar à extinção de nossa espécie.

Diante disso tudo, precisamos mudar nossa mentalidade sobre nossa existência e como podemos impactar menos em nossas ações diárias e nas tomadas de decisão. Podemos iniciar nos pequenos atos, como fechar torneiras, não lavar calçadas com mangueira aberta direto, economizar água e reutilizá-la de todas as maneiras possíveis. Assim como otimizar o uso da energia elétrica, consumir menos plásticos e descartáveis, e assim por diante. Mas não adianta fazermos isso de maneira individualizada e achar que está tudo OK. Precisamos de ações coletivas, compartilhadas, unificadas, para causar impacto real no meio em que vivemos. E mais… tudo passa também pela questão do consumo, bem como pela questão política. A questão climática é, sobretudo, uma questão macro, global, que perpassa pelas formas de produção e consumo que adotamos ao longo das últimas décadas, estamos consumindo nosso Planeta.

Temos atualmente a invasão dos influencers… Que, na maioria dos casos, nos influenciam a consumir. E nada mais!

Cadê um educador ambiental que propaga o uso sustentável do meio ambiente é seguido por milhões de seguidores?

Para que tenhamos um mundo melhor, ou pelo menos habitável não só para o meu filho, citado no início do texto, mas para todas as formas de vida que ainda virão, é necessário repensarmos sobre o consumismo. Hoje estamos acabando com o planeta Terra para trocar de celular a cada ano,  para comprar bolsas de marca, comprar roupas de grife, para imitar influencer A ou B, para beber até cair, para comer carne até não aguentar mais, para ter carrões, para comprar inúmeras casas, e assim por diante. 

É necessário que a sociedade cause impacto nos grandes bilionários, os donos dos meios de produção e das grandes fortunas mundiais. Que são os que mais degradam, poluem, bagunçam todo nosso planeta Terra, e depois tentam criar foguetes para nos levar ao espaço e encontrar um novo planeta para habitarmos (ou seria destruirmos?). Não é à toa que a corrida espacial está cada vez maior. Sugiro aqui assistirem ao filme Elysium (2013), que trata exatamente sobre essa procura de um novo planeta para se viver.

Em paralelo, precisamos também repensarmos sobre nossas escolhas políticas. Os representantes que escolho estão preocupados com as questões climáticas e de sustentabilidade? São defensores dos protocolos universais de controle do meio ambiente? Defendem projetos de revitalização dos ecossistemas? São comprometidos com pautas socioambientais? Tudo isso precisa ser analisado antes de apertarmos aquele bendito botão verde na urna eletrônica.

Sei que trago muitas questões misturadas ao longo desse artigo, mas essa é mesmo a intenção. Para que vocês possam entender que tudo está interligado. Nosso Planeta é um sistema complexo.

Se não pararmos agora para mudar de fato, essas notícias de “catástrofes climáticas” só irão cada vez mais aumentar. É urgência, emergência, é vital.

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