Rede estadual: volta às aulas é incógnita para famílias com escola longe de casa

Mães apontam descaso em conseguir vaga em escolas perto da residência; Secretaria de Estado da Educação se manifesta

Nesta segunda-feira (3), mais de 3 milhões de estudantes retornam às salas de aula na rede estadual de ensino. Mas o que era para ser um momento de aprendizado está deixando um ponto de interrogação na cabeça de muitas famílias. É o caso da moradora do bairro Consolação Katia Luana da Silva. A filha foi aprovada para o 6º ano mas não sabe como fará para chegar até a instituição de ensino para qual foi designada.

“A intenção era que a minha filha estudasse aqui perto de casa, na escola Estadual Prof. Délcio Báccaro. Acontece que ela foi encaminhada para a EE Profª Zita de G. Camargo, no Cervezão. É do outro lado da cidade, o oposto de onde moramos. Não temos carro, moto, absolutamente nada. Procurei a diretoria de ensino e me disseram que tinha ocorrido um erro no sistema e que era para ir na Délcio conversar. Fui lá em dezembro, expliquei a situação, ficaram de me dar um retorno e até agora, um dia antes de começarem as aulas, não obtive retorno nenhum. É um descaso”, lamenta a mãe.

Caso semelhante acontece com Flavia de Souza que também mora no Consolação: “Minha filha foi para o 6º ano e a ideia era que ela estudasse no Michel Alem aqui perto da minha casa. Ela foi designada para o Zita, no Cervezão. Também procurei a diretoria de ensino, a escola, fui até no Conselho Tutelar mas até agora estou sem respostas”, conta.

A redação do Jornal Cidade contactou a secretaria estadual de Educação que enviou a seguinte resposta: “Todo estudante que necessitar, tem vaga garantida na rede pública de ensino, sendo sempre direcionado à escola mais próxima de sua residência que possua vaga disponível para o ano/série pretendido. Em casos onde a distância da residência até a unidade escolar é superior a 2 km, é ofertado transporte, conforme Resolução SE nº 27. DE de Limeira está à disposição para mais esclarecimentos”.

Sobre a resposta as duas mães afirmaram que já sabiam do transporte mas que colocar crianças de 11 anos para pegar dois ônibus até o Zita sendo que existem escolas próximas da residência é inadmissível.

Ano de 2025

Entre as mudanças deste ano letivo, a mais aguardada nas escolas é a proibição do uso de celulares durante todo período escolar, incluindo intervalos e recreio, em todas as unidades de Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e Ensino Médio. A orientação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) é que as unidades adotem um plano de ação para desencorajar o uso de dispositivos eletrônicos no ambiente escolar e divulguem as novas regras já a partir do primeiro dia de aula.

Aulas de 50 minutos

A partir deste ano, a duração da aula de cada disciplina da grade dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio será ampliada para 50 minutos. Com o aumento, serão seis aulas por dia para alunos que estudam em escolas de período parcial nos turnos da manhã e da tarde. O tempo extra vai proporcionar ao professor um melhor planejamento da aula e ao aluno a possibilidade de assimilar mais o conteúdo da disciplina. Até o ano passado, a grade era composta por sete disciplinas diárias de 45 minutos cada.

Material didático impresso

Além do material digital, alunos do Ensino Fundamental e Médio também vão receber materiais impressos atualizados dos quatro bimestres letivos. Para os anos iniciais do Fundamental os volumes incluem as disciplinas de língua portuguesa, matemática, história, geografia, ciências, língua inglesa e projeto de convivência. Nos anos finais, o conteúdo impresso é direcionado para as disciplinas de língua portuguesa, matemática, história, geografia e ciências. Nas séries do Ensino Médio, os materiais são dos componentes curriculares de língua portuguesa, matemática, história, geografia, biologia, física e química.

Tutoria para estudantes do 6º e 7º ano

A Secretaria ampliou o projeto de recuperação de defasagens de aprendizado de estudantes do 6º e 7º ano nas disciplinas de língua portuguesa e matemática para estudantes do 6º e 7º ano. Neste ano, 600 escolas de 51 Diretorias de Ensino vão contar com o apoio de professores tutores com experiência em alfabetização e letramento matemático. Os docentes serão responsáveis pela tutoria de turmas multisseriadas de até 15 estudantes com carga horária de três aulas semanais e presenciais ofertadas no mesmo turno das aulas regulares. O projeto tem início previsto para a segunda quinzena de fevereiro.

Professores concursados

O novo ano letivo também é da chegada dos docentes aprovados no último concurso público em todas as regiões do Estado. No total, mais de 12 mil professores de Ensino Fundamental II e Médio estarão em sala de aula já a partir da próxima semana. Até o fim do ano, a Seduc-SP espera convocar outros 2 mil docentes. Outro reforço é de cerca de 3 mil professores para classes do Ensino Médio Profissional.

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