“A última ceia” não inspirou abertura das Olimpíadas. Veja o que foi

A controvérsia em torno da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris continua a alimentar debates sobre arte, cultura e os valores representados no evento.Na última sexta-feira (26), o evento global gerou uma intensa polêmica nas redes sociais devido a uma cena que envolvia drag queens.CONTEÚDOS RELACIONADOS: Olimpíadas: organizadores pedem desculpas após aberturaPor que a cena com drags nas Olimpíadas ‘causou’ na web?Durante a seção denominada “festividade”, pessoas com roupas extravagantes, incluindo drag queens, surgiram em uma mesa posicionadas de forma similar ao quadro “A Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci. Um equipamento de DJ estava sobre a mesa, enquanto uma mulher no centro usava um adereço semelhante a uma auréola e fazia um coração com as mãos.A cena foi seguida por um desfile de moda em cima da mesa. Ao som de música eletrônica, homens, mulheres e drag queens desfilaram enquanto outros assistiam.Representantes da extrema-direita classificaram a abertura como um “sacrilégio” e uma “vergonha”. As críticas não se limitaram a essa cena, mas também à diversidade apresentada durante a cerimônia, incluindo a apresentação da cantora Aya Nakamura. Nascida em Bamako, no Mali, Nakamura imigrou com a família para o subúrbio parisiense de Aulnay-sous-Bois.Resposta do Diretor Artístico e dos Jogos OlímpicosThomas Jolly, diretor artístico da cerimônia, negou que a cena tivesse inspiração no quadro de Da Vinci. Em entrevista à BFMTV, Jolly afirmou que seu objetivo era fazer uma cerimônia que refletisse os valores da França. “Nunca encontrará da minha parte nenhum desejo de zombar. Quis fazer uma cerimônia que reparasse, que reconciliasse. Também que reafirmasse os valores de nossa República”, declarou Jolly.Segundo o diretor, “A Última Ceia” não foi a inspiração. “A ideia era fazer um grande festival pagão ligado aos deuses do Olimpo… Olimpismo”, explicou.O perfil oficial dos Jogos Olímpicos no X também comentou a cena, ligando-a ao deus grego Dionísio. “A interpretação do deus grego Dionísio nos conscientiza do absurdo que é a violência entre seres humanos”, afirmou.L’interprétation du dieu grec Dionysos nous fait prendre conscience de l’absurdité de la violence entre les êtres humains.#Paris2024 #CeremoniedOuverture pic.twitter.com/HMzS8gIGXh— Jeux Olympiques (@jeuxolympiques) July 26, 2024″Festa dos Deuses”?Nas redes sociais, outro quadro foi citado como possível inspiração: “Festa dos Deuses”, de Jan Harmensz van Bijlert. Este quadro, que também apresenta uma mesa semelhante à “A Última Ceia”, mostra a chegada de Dionísio, o deus do vinho e das festas. Enquanto “A Última Ceia” foi produzida entre 1495-1498, “Festa dos Deuses” foi criada entre 1635-1640. Veja os dois quadros: 
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