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Divulgação/IDAF
Usando a tecnologia como aliada, o governo do Estado anunciou na quarta-feira (18) a aquisição de uma nova ferramenta para auxiliar na identificação de áreas queimadas e com possíveis focos de incêndio. Ao todo, serão 200 satélites que irão monitorar todo o Espírito Santo em tempo real.Trata-se do sistema Brasil Mais, que foi adquirido recentemente pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), e agora será utilizado na Central de Monitoramento de Florestas (CMF) do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).Leia mais sobre CidadesA previsão é de que o monitoramento comece em 10 dias e permita filtrar imagens retroativas do dia 22 de julho de 2008 até agora.O monitoramento de toda a vegetação será diário e contará com emissão de alertas de desmatamento ilegal.O governador Renato Casagrande explicou que o sistema atual compreende 15% do território capixaba, e com a nova aquisição, a cobertura chega à totalidade do Estado, com monitoramento em tempo real.“O cenário se agrava com a situação de estiagem no Espírito Santo com 71 municípios em situação crítica. Será um verdadeiro Big Brother da área ambiental”, disse o governador.Quem apresentou como a tecnologia vai funcionar foi o diretor de Negócios na SCCON Geospatial, Vinícius Ceron Rissoli.“A partir das fotografias desses 200 satélites é possível, diariamente, termos uma cobertura completa de todo o Estado. A partir disso, o algoritmo fará a detecção de mudanças nessas imagens. Assim, conseguimos extrair rapidamente, por exemplo, uma área em desmatamento, queimada ou com focos de incêndio”.O subgerente de Regularização Ambiental do Idaf, João Marcos Chipolesch, destacou que o monitoramento é feito 24 horas por uma equipe. “Ao detectarmos focos ou grandes incêndios, rapidamente acionamos equipes de combate a incêndios para tomar as providências”.Multa e prisão para criminososEnquanto anunciava ações para evitar o desperdício de água e ferramentas tecnológicas para queimadas, o governador Renato Casagrande defendeu punição às pessoas que estão “agredindo” a natureza. “Quem comete esse ato infracional precisa de fato pagar”.E as investigações estão em andamento, como afirmou o secretário de Estado da Segurança Pública, Leonardo Damasceno.Ele ressaltou que as imagens captadas por satélites irão auxiliar no avanço das investigações e permitir colher provas técnicas de melhor qualidade para identificar os criminosos.Até agora, foram instaurados 26 inquéritos pela Polícia Civil e três termos circunstanciados foram lavrados. Lembrando que provocar incêndio em florestas e vegetações prevê pena de dois a quatro anos de prisão.Além disso, oito pessoas foram presas, entre os quais dois flagrantes com recolhimento de fiança, três flagrantes encaminhados ao presídio e um foi liberado para investigação.Essa conduta também prevê multas que variam de R$ 760 a R$ 100 mil por hectare (cada hectare corresponde a 10 mil metros quadrados). De maio até o dia 16 deste mês foram aplicados 12 autos de infração, totalizando R$ 360 mil, além das áreas embargadas.