Chuva preta: entenda o fenômeno que deve atingir cinco estados

Cinco estados brasileiros do Centro-Sul serão atingidos por uma chuva preta com a passagem de uma frente fria. O fenômeno já observado pelos moradores acontece devido às nuvens de fumaça formadas pelas queimadas que atingem parte do Brasil.O fenômeno deve ocorrer em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, e em partes do Mato Grosso do Sul e do Rio de Janeiro. No Rio Grande do Sul, onde a frente fria chegou mais cedo, moradores já observaram a água da chuva com uma cor escura.Leia também>> Queimadas no Brasil: chamas atingiram área do tamanho da Paraíba>>MPF abriu mais de 190 investigações sobre queimadas em um ano>> “Cenário é triste e desanimador”, diz senadora sobre incêndios no CerradoO fogo das queimadas consome a matéria orgânica (árvores, plantas) e, na queima, são liberados vários gases como dióxido de carbono, monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e outros compostos, a pesquisadora do instituto que monitora a fumaça, Karla Longo, explica que a chuva, que tardou a chegar nas cidades, fica preta devido as partículas restantes do que foi queimado, a fuligem. O materia que penetra as nuvens de chuva e faz com que a água fique escura.“Essa camada cinza que estamos vendo são partículas, restos do que está queimando. A gente vê porque é uma quantidade grande, mas são muito pequenas e, por isso, ficam suspensas na atmosfera. Nesse ponto, elas se misturam à formação de nuvens e a chuva desce com esses restos”, pontuou Karla.Há focos de queimadas por todo o país, com isso há muita fumaça acumulada na atmosfera. A fumaça, com compostos químicos, fica suspensa na atmosfera carregada de fuligem. Essas partículas se misturam às nuvens de chuva que estão sendo formadas com a frente fria, deixando a água escura. O pH da chuva muda com a presença de alguns gases poluentes, em determinadas concentrações.De acordo com especialistas, a chuva escurecida pela fumaça não é prejudicial à saúde externamente, como no contato com a pele. De acordo com o professor de Engenharia Hídrica da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Gilberto Collares, a chuva está sendo causada por queima de matéria orgânica, apresentando um risco menor.
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