O Rio Grande do Norte possui 285,3 mil pessoas com algum tipo de deficiência, o equivalente a 8,8% da população estadual, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE. O índice coloca o estado entre os cinco com maior proporção no país, acima da média nacional (7,3%). Mossoró aparece como o município com mais de 100 mil habitantes com maior taxa (9,1%), seguido por São Gonçalo do Amarante (8,8%) e Natal (8,7%).
As mulheres são as mais afetadas (9,7%) em comparação aos homens (7,9%). A prevalência aumenta com a idade: 26,8% das idosas potiguares declararam ter alguma deficiência. Entre os tipos, a dificuldade para enxergar lidera (4,8%), seguida por andar (3,0%) e ouvir (1,5%). Em todos os casos, os percentuais do RN superam as médias brasileiras.
“Os números mostram uma realidade que exige políticas públicas específicas, principalmente para mulheres e idosos”, afirmou o coordenador regional do IBGE, Carlos Dantas. Ele citou o alto índice de analfabetismo entre homens com deficiência (35,9%) – quase o triplo da média nacional (22,9%). Entre as mulheres, o índice é de 25,8%, também acima do verificado no país (20,1%).
Desafios na educação e moradia
- Jovens de 15 a 17 anos com deficiência têm taxa de analfabetismo de 10,08%
- 21,2% dos domicílios potiguares têm pelo menos uma pessoa com deficiência
- Parnamirim registrou o menor percentual (14,9%)
“A falta de acessibilidade em escolas e vias públicas contribui para esses números”, disse Maria Alves, presidente de uma associação de pessoas com deficiência em Natal. Ela cobrou mais investimentos em infraestrutura e capacitação profissional.
O Censo também revelou que 0,6% da população do RN não consegue andar de modo algum. Para especialistas, os dados reforçam a necessidade de ampliar programas de inclusão. “Não adianta ter leis se não houver fiscalização e adaptação dos espaços”, completou Alves.