Morre Sebastião Salgado, fotógrafo de Serra Pelada, aos 81 anos

Sebastião Salgado, homem que fotografou e registrou para a história a dureza das minas de Serra Pelada, no auge do garimpo, morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, em Paris (França). A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, fundado por ele e sua esposa, Lélia Wanick. A causa da morte não foi comentada. Sua carreira, talento e obra o tornaram um dos fotógrafos mais respeitados do planeta.

Nascido em Minas Gerais, Salgado era cidadão do mundo e criou algumas das obras mais relevantes e impactantes da fotografia. Seu olhar humanista e a capacidade de transformar temas sociais complexos em imagens de beleza são o legado que ele deixa para o mundo.

Na década de 1980, Sebastião esteve em Serra Pelada, em Curionópolis, onde ficou por 30 dias. Na maior mina de ouro a céu aberto do mundo, ele e suas lentes capturaram o sangue, suor, dor e luta de homens e mulheres que sonhavam enriquecer com o ouro daquelas minas.

Foto: Sebastião Salgado

Ao longo dos anos, suas obras foram eternizadas em livros, exposições e reportagens, documentos que irão guardar para sempre pedaços da história contemporânea. Economista de formação, Sebastião Salgado nasceu em 1944 e iniciou a carreira como fotógrafo em 1973. Ao longo da vida ele conheceu mais de 100 países, desenvolvendo projetos de fotografia. Em 2014, o documentário O Sal da Terra, codirigido pelo premiado cineasta alemão Wim Wenders e por Juliano Ribeiro Salgado, seu filho, foi premiado em Cannes e indicado ao Oscar de Melhor Documentário.

Foto: Sebastião Salgado

Em entrevista ao The Guardian em 2024, o fotógrafo revelou que a saúde foi um fator determinante para sua aposentadoria. Por causa de uma malária que adquiriu nos anos 1990, ele vivia com muitas sequelas. Na época, ele estava na Indonésia e não recebeu o tratamento adequado para a doença.

Foto: Sebastião Salgado

“Eu sei que não viverei muito mais. Mas eu não quero viver muito mais. Eu vivi tanto e vi tantas coisas”, contou ao veículo.

Apesar de estar afastado dos trabalhos, Salgado estava planejando uma mostra especial para apresentar durante a COP30 em Belém, no Pará, em novembro deste ano. A Amazônia era um tema recorrente em seus trabalhos.

Foto: Sebastião Salgado

(Luciana Araújo)

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