RN perde bilhões em investimentos por ‘perfil ideológico’ de órgãos ambientais, diz Rogério Marinho

O senador Rogério Marinho (PL), pré-candidato a governador nas eleições de 2026, afirmou nesta sexta-feira 23 que o Rio Grande do Norte enfrenta um ambiente hostil ao desenvolvimento. Segundo ele, o “perfil ideológico” dos órgãos ambientais do Estado seria um dos principais entraves à atração de investimentos.

“Tem R$ 30, 40 bilhões de investimentos que não acontecem graças à hostilidade, ao perfil ideológico dos órgãos ambientais de controle aqui no Estado”, afirmou o senador, ao comentar o impacto da burocracia na liberação de projetos no Estado. As declarações foram dadas em entrevista à 96 FM nesta sexta-feira 23.

Rogério também disse que há mais de R$ 1,5 bilhão em outorgas “procrastinadas, sobrestadas” nos órgãos ambientais. Ele defendeu que o Estado precisa deixar de ser “apenas pagador de folha de pagamento” para se tornar “um indutor do desenvolvimento”. Isso deve ser feito, segundo, recuperando a infraestrutura para facilitar o escoamento da produção e melhorando a prestação de serviço público.

Durante a entrevista, o senador reforçou que é pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Norte nas eleições de 2026. “Eu tenho uma missão a cumprir. É um desafio enorme governar o Estado. Há mais de 20 anos a gente desce a ladeira. O Rio Grande do Norte está cansado do mais do mesmo. […] O Estado precisa, pelo menos, imaginar que pode ter alguma mudança no futuro”, disse.

Segundo ele, o governo atual é marcado por inanição e baixo desempenho em áreas essenciais. “O Rio Grande do Norte é o último colocado no Ideb da educação, e temos uma professora de seis anos e meio governando o Estado”, criticou, em referência à governadora Fátima Bezerra (PT).

“Não adianta você administrar o Estado e mantê-lo na situação em que se encontra, de prostração, de letargia. Um estado que perdeu o bonde. Quando você olha para os estados vizinhos, você verifica que eles saíram do lugar e nós estamos no mesmo ponto, em marcha lenta. Um estado que é hostil para quem quer empreender, para quem quer edificar”, enfatizou.

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Eleições 2026: composição de centro-direita

Questionado sobre as articulações políticas para a disputa de 2026, Marinho afirmou que tem dialogado com lideranças como o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos), o atual prefeito, Paulinho Freire (União), e com o senador Styvenson Valentim (PSDB).

Ele também mencionou o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União): “Espero brevemente poder conversar com o Allyson. Agora, todas as candidaturas são legítimas. São pessoas que têm partidos políticos, que têm trajetórias políticas, que têm afinidade e conexão com um determinado segmento da sociedade.”

O senador disse que o ideal seria uma composição no campo de centro-direita, mas reconheceu que o processo ainda está em fase inicial. “Nós estamos no meio de maio do ano que antecede a eleição”, pontuou.

Críticas ao governo federal e aumento do IOF

Rogério Marinho também dirigiu duras críticas à condução econômica do governo Lula. Um dos alvos foi o aumento do IOF, anunciado nesta quinta-feira 22 pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como estratégia para cumprir a meta fiscal de 2025. Rogério classificou como uma medida que prejudica a população, apesar de ser apresentada como algo que atinge apenas os mais ricos.

“Quando você aumenta o IOF da forma como eles aumentaram, alguns vão olhar e vão dizer: ‘isso não tem nada a ver com a minha vida, porque eu não mando dinheiro para fora, isso vai onerar milionários’. As pessoas não entendem que qualquer insumo ou serviço que vem de fora do Brasil para cá vai ser onerado com esse aumento de 300% a 400% do IOF”, refletiu.

Pré-campanha e apoio a Bolsonaro

Marinho também comentou sobre as movimentações do PL para as eleições presidenciais. Disse que o partido terá candidato próprio e que não faz sentido uma chapa presidencial com dois nomes do PL.

“Ninguém é candidato a vice-presidente. Isso é um processo de composição de chapa majoritária. […] Não tem sentido, pelo menos na minha visão, nesse momento, um sanduíche de pão com pão, ou seja, dois do mesmo partido”, declarou, sobre a especulação de que ele poderá ser candidato a vice na chapa do PL em 2026.

Apesar da declaração de Rogério, em 2022, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) foi candidato à reeleição tendo um companheiro de chapa do mesmo partido: o general Walter Braga Netto. A chapa foi derrotada pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O senador reafirmou sua lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou que o nome do partido para 2026 será o do ex-presidente ou alguém indicado por ele, caso Bolsonaro se mantenha inelegível por decisão da Justiça Eleitoral. “Vamos aguardar o momento oportuno”, declarou o senador.

Marinho ainda confirmou a visita do ex-presidente ao Rio Grande do Norte nos dias 12, 13 e 14 de junho, como parte da agenda do movimento “Rota 22”.

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