[VÍDEO] Peixe-leão é pescado em Areia Branca e especialista alerta para riscos à biodiversidade

Um exemplar de peixe-leão, espécie exótica e considerada invasora, foi capturado por pescadores na última terça-feira 20, na praia de Ponta do Mel, no município de Areia Branca, região da Costa Branca do Rio Grande do Norte. A captura, feita com arpão em alto-mar, foi registrada pelos próprios pescadores.

De acordo com reportagem do G1 RN, o aparecimento do animal na região ocorre poucos dias após um mergulhador de 25 anos morrer após passar mal durante uma pescaria na praia de Pernambuquinho, em Grossos, no último domingo 18. A família do jovem relatou que ele teria sido “picado” três vezes por um peixe-leão antes de apresentar sintomas. A causa da morte está sendo investigada pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), e o laudo deve ser finalizado em até 60 dias.

Grossos e Areia Branca são cidades vizinhas e, segundo pescadores, a presença do peixe-leão tem se tornado cada vez mais comum no litoral potiguar desde 2022, quando a espécie foi registrada pela primeira vez por pesquisadores no estado. Há relatos de aparições também em praias de Tibau, Porto do Mangue e Touros.

A professora Emanuelle Fontenele Rabelo, do Departamento de Biociência da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), reforçou o alerta sobre os riscos que o animal representa. “Não tentar tocar nesse animal com as mãos, porque ele tem 18 espinhos que têm veneno e isso pode causar um acidente nas pessoas”, disse.

Ela orienta que mergulhadores e pescadores evitem contato direto com o peixe-leão e, caso realizem a captura, armazenem o animal em recipiente resistente e entrem em contato com pesquisadores. A Ufersa disponibiliza o telefone (84) 99997-0530 para receber esses relatos. “Nós da universidade vamos agendar uma coleta desse animal e buscar mais informações sobre onde ele está ocorrendo”, afirmou.

Em caso de acidente com os espinhos do peixe-leão, que liberam veneno ao perfurar a pele, Emanuelle recomenda aplicar um pano quente no local e procurar atendimento médico imediatamente. Os efeitos podem incluir dores intensas, náuseas e até convulsões.

A pesquisadora também destacou a rápida reprodução da espécie e o impacto ambiental que ela pode causar. “O peixe-leão é uma espécie exótica, o que significa que não é uma espécie brasileira. É um animal de reprodução muito acelerada, ele se reproduz o ano inteiro e é um predador voraz, se alimentando de muitas espécies de peixes, camarões, lagostas, comprometendo a pesca e também a nossa biodiversidade”, explicou.

Segundo ela, desde o primeiro registro no estado, “a quantidade desses animais tem aumentado absurdamente no mar”.

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