Greve de técnicos-administrativos agrava crise na Unifesspa

A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) enfrenta uma crise financeira de proporções alarmantes, colocando em xeque o funcionamento da instituição e o futuro da comunidade acadêmica. Além dos cortes orçamentários que vêm impactando a educação pública federal, a universidade agora lida com a suspensão de serviços essenciais como vigilância e limpeza por falta de pagamento, e uma dívida milionária com a concessionária de energia elétrica.

A situação se agrava ainda mais hoje, quinta-feira, com o anúncio de greve dos técnicos administrativos, que envolve mais de duas centenas de servidores públicos federais.

Nesta quarta-feira, 21 de maio, quando os serviços de vigilância foram paralisados às 22 horas por tempo indeterminado. A empresa terceirizada responsável pela segurança não recebe pagamentos há sete meses, acumulando uma dívida de quase R$ 3 milhões. Em decorrência disso, os campis da Unifesspa em Marabá tiveram seus portões fechados à noite e o acesso de veículos particulares foi restrito, permitindo apenas a entrada de pedestres, com o objetivo de minimizar riscos.

Já a responsabilidade pela segurança patrimonial foi repassada aos diretores de instituto nas sedes de outras cidades. Contudo, muitos dos campis não possuem muro ou portões, ficando a segurança da universidade ainda mais frágil.

O professor Fernando Michelotti, do Instituto de Estudos em Desenvolvimento Agrária e Regional, publicou uma carta aberta nesta manhã, em que lamenta a situação, explicando que a decisão de suspender o serviço de vigilância já havia sido notificada diversas vezes, mas nunca cumprida efetivamente. “A gente já foi notificado diversas vezes sobre suspensão de serviços e efetivamente nunca se cumpriu. Então, a gente foi notificado no começo do ano, a gente foi notificado em fevereiro, a gente foi notificado em março, a gente foi notificado em abril e agora em maio a gente recebeu duas notificações. Uma dizendo que ia suspender o serviço dia 16, que efetivamente não se cumpriu e outra dizendo que ia efetivamente suspender o serviço hoje. Só que parece que dessa vez a empresa de vigilância cumpriu com a nota oficial. Então eles, estão dentro da razão dele, juridicamente falando e administrativamente falando. Eles estão há sete meses sem receber, isso dá um valor de quase 3 milhões de reais. Eles honram o salário dos funcionários deles certinho todo mês. Por isso que vocês nunca perceberam essa defasagem temporal”, diz.

Paralelamente, os serviços de limpeza também foram interrompidos de forma parcial pela empresa terceirizada, que enviou um comunicado à Unifesspa informando que o serviço será mantido com apenas 30% do total efetivo contratado, agravando o cenário de desassistência. A dívida com a empresa ultrapassa R$ 1,5 milhão.

As dívidas da Unifesspa também chegaram à concessionária de energia elétrica. Desde janeiro de 2025 sem pagamento, a dívida acumulada com a empresa é de mais de meio milhão de reais, aumentando a preocupação com o risco de um possível corte no fornecimento de luz. A Equatorial informou, por meio de nota, que se as dívidas referentes aos meses de janeiro, fevereiro, março e abril não forem pagas, o fornecimento da energia elétrica será suspenso a partir do dia 8 de junho de 2025.

Em nota oficial, a Assessoria de Comunicação da Unifesspa informou que, apesar da paralisação dos técnicos administrativos em educação, as aulas seriam mantidas normalmente em todos os campi nesta quinta-feira, 22 de maio. A universidade reforçou seu compromisso com a transparência e pediu que a comunidade consulte os canais oficiais em caso de dúvidas.

“A Unifesspa informa à comunidade acadêmica, em especial a estudantes e professores, que nesta quinta-feira, 22 de maio, haverá aula normalmente em todos os campi da instituição. Ressaltamos que a paralisação anunciada é restrita aos técnicos administrativos em educação o que, a priori, não impacta na realização das aulas. Reforçamos o compromisso com a transparência das informações e pedimos que, em caso de dúvidas, a comunidade consulte os canais oficiais da Unifesspa”, diz a nota da Assessoria de Comunicação da Universidade.

(Ana Mangas)

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