Nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (22), integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) voltaram a ocupar a Estrada de Ferro Carajás (EFC), na altura da Estrada Três Voltas, zona rural de Parauapebas. A ação ocorre cinco meses após a primeira ocupação registrada na mesma localidade, em dezembro do ano passado.
Cerca de 6 mil manifestantes interditaram os trilhos da ferrovia, operada pela mineradora Vale, impedindo a circulação dos trens de carga e de passageiros. Segundo os organizadores do protesto, o movimento cobra a retomada de negociações com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o assentamento definitivo de famílias acampadas na região.
A Polícia Civil esteve no local com quatro agentes. Não houve registro de confronto, no entanto, um dos agentes do Estado teve sua arma tomada. A equipe da PC, composta por um escrivão, um delegado e dois investigadores, passava pelo local em direção ao Rio Branco e foram impedidos de seguir viagem. Vídeos mostram momento em que alguns manifestantes sobem no carro da polícia e entoam gritos. A arma ficou de ser devolvida ainda hoje.
A Vale informou, por meio de nota que a circulação do Trem de Passageiros está cancelada nesta quinta-feira (22/05), no sentido de São Luís (MA) para Parauapebas (PA), e seguirá suspensa nesta sexta-feira (23/05), de Parauapebas para São Luís, por questão de segurança, devido à interdição da Estrada de Ferro Carajás por integrantes Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Pará nesta madrugada.
“A Vale respeita o legítimo e pacífico direito à manifestação e repudia qualquer ato que impeça o direito das pessoas ou empresas de desempenharem suas atividades e, sobretudo, que ameace a segurança e o direito de ir e vir. A empresa adotará todas medidas cabíveis para a liberação imediata e segura da linha.
A Vale reafirma seu compromisso com o Acordo de Cooperação Técnica (ACT), assinado, em abril deste ano, com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para implementar ações conjuntas para contribuir com a regularização fundiária e a reforma agrária no Pará.
Sobre as passagens de trem – Os passageiros podem remarcar o bilhete ou pedir o reembolso do valor investido na compra da passagem no prazo de até 30 dias. Mais informações sobre reembolso ou remarcação podem ser obtidas no Alô Vale (0800 285 7000)”
A Reportagem do Correio pediu nota aos líderes dos movimentos, mas até a publicação desta notícia não havia recebido.
(Theíza Cristhine, com informações de Ronaldo Modesto)
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