A Petrobras informou ao Ibama que a limpeza da sonda NS-42 será concluída até o final de maio e que o equipamento que participará do simulado de vazamento de petróleo na Foz do Amazonas chegará ao local até o fim de junho. A informação foi confirmada por meio de uma carta enviada pela empresa ao órgão ambiental federal, conforme documento obtido pela Reuters nesta quarta-feira 21.
O posicionamento confirma informações publicadas pela Reuters na terça-feira 20, com base em fontes com conhecimento do assunto, de que a sonda estará pronta para ser deslocada às águas ultraprofundas da costa do Amapá até o final deste mês.
O envio da correspondência ocorreu após o Ibama aprovar, na última segunda-feira 19, o conceito do plano de emergência da Petrobras voltado à assistência da fauna local em caso de vazamento de óleo.
A simulação a ser realizada faz parte do processo de licenciamento da Petrobras para operar na região, e, segundo a empresa, representa a etapa final antes da possível concessão da licença de perfuração.
Na carta enviada na terça-feira, a gerente geral de Licenciamento e Meio Ambiente da Petrobras, Daniele Puelker, solicita ao coordenador geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Marinhos e Costeiros do Ibama, Itagyba Alvarenga Neto, a definição de datas para realização da vistoria no Centro de Fauna e da Avaliação Pré-Operacional (APO).
“A definição da data permitirá programar os detalhes logísticos e operacionais para a realização das atividades previstas”, escreveu Puelker no documento.
A Petrobras também afirmou que está “à disposição para o agendamento de uma reunião com o objetivo de alinhamento do cronograma e das questões técnicas relacionadas à APO”.
Em nota enviada à Reuters na terça-feira, o Ibama informou que “dará início ao planejamento para execução das atividades relacionadas à realização da APO”, mas acrescentou que “ainda não é possível informar a data da realização da APO”.
Nesta quarta-feira 20, o órgão reafirmou a mesma posição divulgada no dia anterior.
Apesar dos avanços no processo, técnicos do Ibama se posicionaram contra a proposta da Petrobras. Em fevereiro, a equipe assinou um documento afirmando que o plano de resgate da fauna da empresa teria apenas uma “remota possibilidade” de sucesso.
A região onde a empresa pretende perfurar abriga recifes de corais e comunidades indígenas costeiras.