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O crime ainda é conhecido por acontecer no próprio ambiente familiar. De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, a maioria das crianças e adolescentes são vítimas de estupros cometidos por familiares ou conhecidos, sendo que 61,7% das ocorrências acontecem dentro das residências das vítimas.A promotora Ana Emanuela orienta que as famílias e pessoas próximas devem ficar atentas aos sinais que expressam a violência. Os indícios podem ser físicos, como roupas rasgadas, hematomas e feridas, ou comportamentais, como baixa de rendimento na escola, pesadelos, isolamento social, mudança repentina de humor, agressividade e sexualização precoce.“São sinais que mostram que há algo de errado, e que houveram ações violentas perpetuadas contra aquela criança. É algo que compromete o desenvolvimento sadio desses jovens, tanto o social quanto emocional. Esses atos deixam danos profundos, e modificam a visão de vida deles”, explica Ana.Fundadora do Lar Pérolas de Cristo, que acolhe crianças afastadas do convívio familiar, Vera Lúcia Guimarães relata que o abuso sexual é uma das causas mais comuns entre os que chegam. “É muito triste. Eu vejo, inclusive, que as crianças que chegam aqui são cada vez mais novas. Já tive uma que tinha sofrido um estupro com apenas 9 meses. Elas precisam muito do apoio psicossocial, senão a vítima de hoje pode ser o agressor de amanhã”.Debate abertoNo próximo dia 26, o Caoca promove debate aberto ao publico sobre o tema, na sede do MPBA, no Centro Administrativo da Bahia. O evento terá participação da promotora Ana Emanuela e de Viviane Chiacchio, coordenadora do Núcleo de Apoio às Vítimas de Crimes Violentos e em Especial Vulnerabilidade (NAVV).Denúncias podem ser feitas pelo Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos, e ao Ministério Público em todo o estado, através do Disque 127, nas Promotorias de Justiça mais próximas, ou pelo atendimento.mpba.mp.br. A denúncia pode ser feita de forma sigilosa ou anônima.*Sob a supervisão da editora Isabel Villela