Rogério leva invertida de ministro sobre tratamento a órgãos de governo

O senador potiguar Rogério Marinho (PL) levou uma invertida do ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, a respeito da diferença de tratamento dada a órgãos de governo nesta gestão e na passada, sob Jair Bolsonaro (PL). 

A conversa entre os dois se deu na última quinta-feira (15), durante reunião da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado, quando Wolney prestou esclarecimentos sobre as fraudes relacionadas a descontos não autorizados por aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o andamento das investigações.

Em uma das suas intervenções, Marinho criticou a forma como os líderes se referiam a órgãos como a polícia, Advocacia-Geral da União (AGU) e Controladoria-Geral da União (CGU).

“Não dá para engolir você aumentar de 2 milhões de associados para 9 milhões, e o Governo fazer determinadas afirmações aqui, que foram repetidas pelos Líderes: ‘A nossa polícia, a nossa AGU, a nossa CGU’. Senhores, por favor, deixem de confundir o público com o privado, vocês já fizeram muito mal ao país. A CGU e a AGU são órgãos do Estado brasileiro – Estado, nem de Governo -, apesar de a indicação ser do Presidente da República. Quem chamou a polícia, nobre ministro, não foi Vossa Excelência nem o Governo de Vossa Excelência. O processo foi instaurado em função da notícia dada pelo site Metrópoles, está dentro dos autos do processo. Então, eu peço que Vossa Excelência não continue a repetir essa afirmação, porque ela não é verdadeira”, disse Marinho.

O senador potiguar foi o último a falar antes que Wolney começasse a responder — e o ministro decidiu iniciar as respostas a partir da intervenção de Marinho.

“Quero dizer que a AGU e a Polícia Federal são, de fato, organismos de Estado – mas nesse Governo, porque no Governo passado eram tratados como organismos do Governo, sobretudo para proteger parentes e aliados. Nós sabemos disso, eminente senador Rogério Marinho”.

O parlamentar, descontente com a resposta do ministro, pediu mais tempo para uma tréplica.

“Vossa Excelência me retruca dizendo que ‘a AGU e a Polícia Federal são usadas para proteger parentes da administração anterior, nós sabemos’. Nós quem, cara-pálida? Qual foi a decisão judicial que ratificou essa informação que Vossa Excelência traz, que hoje, na verdade, é uma litigância política? Eu posso falar aqui de aparelhamento de Polícia Federal, posso falar aqui de aparelhamento de AGU, eu não estou entrando nesse mérito. Eu estou dizendo a Vossa Excelência que nós estamos diante de um fato muito grave”, disse Marinho.

O líder da Oposição no Senado continuou a discursar e disse estar preocupado pelo ministro não querer a CPMI. Novamente, o ministro da Previdência Social respondeu:

“Eu quero dizer que nenhuma associação dessas, acredito que são 41 no total, nenhuma delas vai ficar livre dessa investigação. Nenhuma delas. Eu também, pessoalmente, sou a favor da CPMI, porque acho que a sociedade merece essa resposta por parte do Parlamento”, afirmou.

“Eu não disse que era contra [a CPMI], eu disse que eu tenho medo de que, instalada uma CPMI, ela possa vir a ser palco político, de que ela possa atrasar o ressarcimento, de que ela possa atrapalhar as investigações. É uma coisa que já aconteceu em outras vezes. Eu, inclusive, já estive participando, como deputado federal, de CPMIs, de CPIs que se transformaram em palco político. Então, é um alerta que eu fiz, para que a gente não venha a atrapalhar as investigações e o ressarcimento, que são as prioridades do nosso Governo”, apontou.

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