Quem vê os olhos azuis de Francisco Cuoco brilhando nas lembranças de seus papéis marcantes talvez não imagina que o astro da teledramaturgia brasileira vive hoje um capítulo bem diferente e delicado da sua história. Aos 91 anos, o ator que eternizou personagens inesquecíveis, como o Cristiano de Selva de Pedra (1972) e o Herculano Quintanilha de O Astro (1977), enfrenta sérios problemas de saúde e já não vive o glamour dos estúdios de gravação.Cuoco mora atualmente com a irmã, de 86 anos, em um apartamento na zona sul de São Paulo, longe da mídia. De acordo com reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, o ator está com cerca de 130 quilos, tem as pernas inchadas, os pés arroxeados e depende de cuidadores para realizar tarefas básicas do dia a dia, como se levantar da cama ou tomar banho. Uma sonda nasal o ajuda na alimentação. A locomoção, antes tão leve nos palcos e diante das câmeras, agora exige ajuda constante. “Tenho alguns problemas de saúde, de locomoção. Mas é suportável”, disse ele ao jornal.Leia mais:Pai defende Marina Ruy Barbosa e joga suposta indireta à Marquezine’Décadas atrás, não tinha um preto’: Desabafa atriz de ‘Dona de Mim’Justin Bieber quebra silêncio e revela se foi abusado por DiddyA fala, mesmo direta, carrega a profundidade de quem já protagonizou muitas vidas em cena. E mesmo que o interesse pelas novelas tenha diminuído: “Vejo jornal, alguma reportagem interessante, mas perdi o interesse nas novelas”, Cuoco ainda guarda uma conexão especial com a arte. “Assisto filmes, mas não sempre. Eles são muito longos”, comentou com bom humor.E é justamente essa conexão com a arte que será celebrada nos próximos dias. A TV Globo prepara um episódio especial do programa Tributo, que vai homenageá-lo. As gravações ocorreram em julho do ano passado, quando o estado de saúde do ator ainda permitia a visita da equipe da emissora à sua casa.Quer ler mais notícias de Fama? Acesse o nosso canal no WhatsApp!Francisco Cuoco relembrou com emoção sua carreira, mesmo com as falhas naturais de memória que vêm com a idade: “Lembro direitinho. É chocante, foram muitos encontros, muitos achados na teledramaturgia. Foi muito bom. Eu não sei o que seria da arte sem esses momentos preciosos”, disse, antes de soltar uma risada nostálgica: “Eu era especial. Tenho fotografia da época, e vejo que era um ‘galãzura’ mesmo.”Com uma carreira sólida que atravessa gerações, Cuoco também foi símbolo de uma era em que as novelas brasileiras dominavam o horário nobre e construíam mitos. Com sua voz grave, olhar penetrante e presença magnética, ele se tornou referência para muitos atores e atrizes que vieram depois.Mesmo diante das limitações atuais, ele fala sobre o passado com gratidão e sobre o futuro com uma sabedoria admirável: “Sei que não foi à toa. Foi baseado em empenho, em entrega, em busca de igualdade. Passaram-se anos e experiências foram acumuladas. Eu perdia tempo, mas depois obtinha resultado. Foi bom. Agora quero tocar o barco. O próximo resultado está à frente.”
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