Diante desse cenário, Piastri abusou da frieza e não deu chances, principalmente porque a decisão das colocações de largada se mostrou bem mais acirrada do que pareceu na sexta-feira. A pole veio com uma diferença de só 0s034, no tempo do australiano em 1min14s670 — e o piloto ainda enfrentou um pequeno tráfego no fim, no preço de ter sido o primeiro a sair. E em termos de disputa interna dos papaias, Lando Norris se viu às voltas com erros e não passou do quarto lugar. Terá de remar amanhã e vai depender de uma excelente largada para tentar entrar na briga.“A volta foi boa. Tinha uns quatro carros na última curva, o que não ajudou, mas foi o suficiente. Então, estou muito feliz com o trabalho que fiz e animado para amanhã”, disse Oscar.“Tínhamos ritmo suficiente para a conquistar a pole e manter nossa estratégia — e foi o que fizemos, então a equipe fez um ótimo trabalho na execução”, completou o dono do carro #81. Que superou Verstappen naqueles instantes finais. Mas é importante também falar sobre o que fez Max neste sábado. A Red Bull promoveu mudanças fundamentais após os treinos livres, e isso ajudou a recalcular a rota dos taurinos. Então, o tetracampeão foi capaz de tirar mais desse RB21 que gosta de velocidade, tanto que o setor 1 fez enorme diferença para a garantia do segundo posto no grid.1Como Briatore voltou à cena na F1 e foi agente em ‘caos’ envolvendo Colapinto e Oakes na Alpine2Bortoleto destaca ‘passos à frente’ em Ímola, mas pede ‘paciência’ após 14º lugar no grid3F1: Piastri crava pole do GP da Emília-Romanha em classificação caótica; Bortoleto é 14ºNo entanto, o piloto #1 chamou a atenção para algo que permeou a parte final do Q2 e o próprio Q3. Acontece que o pneu C6 se mostrou bem mais complexo do que se imaginava após os treinos. A Pirelli decidiu levar a Ímola um novo composto, um degrau mais macio na gama — de fato, possui uma performance semelhante ao C5 na escala da fabricante italiana. A ideia era proporcionar um desempenho ainda maior em volta rápida, mas alguns pilotos se queixaram da perda de aderência no fim e da dificuldade em manter o pneu em uma janela operacional mais adequada. Verstappen foi um deles.“Tudo estava indo muito bem, só o composto mais macio que é muito difícil de manter vivo na volta”, contou o neerlandês. “O setor 1 foi bom e aí os pneus mais uma vez me deixaram na mão e, a partir daí, foram pequenas margens”, emendou. “Vi que George [Russell] fez a volta dele com os médios, então talvez eles fossem um pouco macios demais para essa pista e, pelo menos para nós, foi difícil extrair o máximo deles. Fiquei mais feliz com os médios.”A opção pelos médios foi realmente certeira. E começou, curiosamente, com a Aston Martin no fim da segunda fase da classificação em Ímola. A equipe verdinha notou os problemas para manter o C6 em alta performance e decidiu usar os C5, o que colocou Fernando Alonso e Lance Stroll na parte derradeira da sessão. Russell e a Mercedes, então, repetiram a estratégia. Aí, com um rendimento mais homogêneo, o britânico se viu capaz de colocar o W16 na terceira colocação do grid, a 0s1 do pole. Mas George poderia ter feito um pouco mais ainda — a perda de desempenho no trecho inicial do circuito acabou minando as chances de uma eventual disputa pela ponta.No entanto, há um segundo ponto: a segunda fila pode significar o pódio ou até mesmo uma chance de vitória, mas vai sacrificar a tática, uma vez que Russell gastou o único jogo de médios novos.“Fizemos uma aposta. Pensamos que o pneu médio talvez fosse mais rápido, e a escolha acabou sendo boa. Claro que compromete um pouco para amanhã, mas valeu a pena para ficar no top-3“, celebrou o inglês da Mercedes. “Estou muito feliz por ficar tão perto do Oscar, o que é sempre surpreendente porque a McLaren é muito boa. Mas foi uma ótima tarde”, emendou.E a tarde italiana deste domingo também se desenha em torno da estratégia. A corrida de 63 voltas tem como tática principal a parada única, também pelo que se perde nos boxes — Ímola tem o pit-lane mais longo do campeonato em termos de tempo. Então, o plano mais provável é a combinação entre médio e duro. “Como alternativa, alguns pilotos podem preferir um primeiro stint mais longo, começando com pneus duros, na esperança de um eventual safety-car, caso em que a troca para médios seria entre as voltas 37 e 43. Uma estratégia de duas paradas não está fora de questão, mas há grandes desvantagens”, explicou Mario Isola, o chefe da fornecedora de Milão.Portanto, entender melhor o comportamento dos pneus vai gerar uma vantagem importante, especialmente se a prova repetir os incidentes da classificação. Mas a largada ainda parece ser o ponto determinante. E o tempero que é a chicane Tamburello torna tudo imperdível.
F1: Piastri se impõe com pole crucial em Ímola e é favorito. A Verstappen resta o drible
Era imperativo conquistar a posição de honra do grid em Ímola. E Oscar Piastri fez exatamente o que tinha de fazer. Desta vez, não passou do ponto e nem se permitiu vacilar. Na volta decisiva, entregou o tempo necessário para a terceira pole da carreira e uma das mais importantes da temporada até aqui, especialmente devido à natureza do circuito italiano. É um grande passo para mais uma vitória em 2025, porque a McLaren tem na garagem um carro que gosta desse compromisso entre trechos de baixa velocidade e setores rápidos. Só tem uma questão em tudo isso: Max Verstappen foi capaz de colocar a Red Bull na primeira fila, e esse será o primeiro desafio dos papaias neste domingo, porque o tetracampeão vai certamente tentar o drible, a revanche depois do que aconteceu em Jedá no mês passado. E mais: há por ali um George Russell também querendo aparecer. Portanto, a equipe britânica, sobretudo Piastri, é favorita, mas o apagar das luzes pode contar uma história diferente na Emília-Romanga.O primeiro ponto para isso é a própria colocação de largada. Ímola é uma das pistas mais difíceis de ultrapassar do calendário. Há um único ponto apenas de DRS. A retinha dos boxes pode ser um lugar interessante também, mas é necessário uma dose de risco ou uma vantagem de desempenho considerável. O traçado estreito, as zebras altas, misturadas a trechos muito velozes tornam tudo um pouco mais complexo. Por isso, é importante ditar o ritmo na ponta, até mesmo por uma questão de degradação de pneus. Porque, sim, esse também é um GP tático. Inclusive, a classificação provou que a escolha dos pneus do fim de semana ainda é um mistério.
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