Sob forte comoção, corpo da adolescente Ana Beatriz é sepultado em Porto Calvo; veja fotos e vídeos

Em clima de muita tristeza e comoção, o corpo da adolescente Ana Beatriz de Moura, de 15 anos, brutalmente assassinada após desaparecer no início de abril, foi sepultado na manhã deste sábado (17), no Cemitério Santa Luzia, em Porto Calvo. Em meio a muita dor e lágrimas, uma multidão acompanhou o cortejo fúnebre pelas ruas da cidade.

Dezenas de pessoas, entre familiares, vizinhos, amigos e alunos do Ifal, participaram do último adeus à Ana Beatriz. Antes do enterro, grupos entoaram hinos da Harpa Cristã em homenagem à jovem, enquanto faixas com seu nome e pedidos de justiça eram erguidas pelos presentes. Muitos vestiam camisas com a foto de Ana e carregavam balões nas cores preta e branca. Em meio às lágrimas, a irmã da adolescente, Camile Moura, fez um desabafo comovente: “A voz da Ana não vai se calar! Ela vai continuar pedindo justiça!”.

Reconhecimento 

O reconhecimento oficial do corpo, encontrado em estado avançado de decomposição no bairro de Guaxuma, em Maceió, foi feito nesta sexta-feira (16) após exame de DNA realizado pelo Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica de Alagoas. O material biológico foi comparado com amostras fornecidas pela mãe e pela irmã da jovem.

Desaparecida desde o dia 8 de abril, Ana Beatriz foi vista pela última vez ao sair do Ifal, onde estudava, por volta do meio-dia, em uma corrida de mototáxi com destino ao bairro Garça Torta. Segundo a Polícia Civil, ela teria ido ao encontro de um homem de 43 anos com quem mantinha um relacionamento e que é apontado como o principal suspeito do crime. O homem está preso preventivamente desde o dia 12 de abril.

Durante a investigação, a polícia apurou que o suspeito teria solicitado a um conhecido que realizasse um PIX para a adolescente, justificando que o dinheiro seria para uma das filhas comprar lanche. Na verdade, o valor foi usado por Ana Beatriz para pagar o mototáxi até o encontro com o homem, que atuava como caseiro em um sítio.

A principal linha de investigação da Polícia Civil aponta que o crime pode ter sido motivado por uma falsa gravidez. Amigas relataram que Ana dizia estar grávida e demonstrava felicidade com a suposta gestação, embora a família desconhecesse essa informação. O laudo da necrópsia descartou qualquer indício de gravidez.

Durante o sepultamento, o clima era de luto coletivo. Muitas pessoas usavam camisetas com a foto da adolescente e levavam cartazes pedindo justiça. O cortejo foi acompanhado por centenas de moradores, em uma demonstração de solidariedade e indignação. Entre gritos de dor e homenagens silenciosas, a população de Porto Calvo se despediu de Ana Beatriz, marcada para sempre pela violência que interrompeu precocemente a vida de uma jovem cheia de sonhos.

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