O momento é de desafios com oportunidades promissoras, que exigem um acompanhamento atento, análise cuidadosa, nas quais as vocações do país e, particularmente, do Rio Grande do Norte podem levar a crescimentos se forem bem aproveitadas. Essa é a avaliação feita pelo presidente da FIERN, Roberto Serquiz, ao participar, nesta semana, da missão empresarial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) nos Estados Unidos.
A missão, que teve início na quinta-feira 8 e se estendeu até esta sexta-feira 16, teve como foco aprofundar o diálogo bilateral entre os setores público e privado, visando um ambiente de negócios mais integrado e competitivo.
Para Serquiz, a iniciativa da CNI demonstra que a indústria brasileira busca ativamente oportunidades e formas de enfrentar os desafios decorrentes da reformulação das práticas comerciais e da reorganização das cadeias produtivas globais. “Percebemos claramente que, apesar das significativas mudanças na economia global e dos riscos decorrentes dos atuais conflitos geopolíticos, existem oportunidades relevantes para o Brasil e para o Rio Grande do Norte”, afirmou o presidente da FIERN.
Durante os painéis da missão, Serquiz destacou as perspectivas positivas para o Brasil e, em particular, para o Rio Grande do Norte, mesmo diante do cenário global de transformações econômicas e tensões geopolíticas. “Em nossa agenda nos Estados Unidos, dois painéis trouxeram uma perspectiva bastante positiva para o nosso país durante o Brazil Summit, evento promovido pelo jornal Financial Times em parceria com a CNI”, pontuou.
A transição energética esteve entre os principais assuntos debatidos no evento, que contou com participação do presidente da CNI, Ricardo Alban, representantes de instituições financeiras e especialistas no tema.
O presidente da FIERN enfatizou a importância estratégica do Brasil, incluindo o Rio Grande do Norte nesse contexto, ressaltando o papel do estado como um dos maiores geradores de energia eólica onshore na transição energética.
Ele defendeu a neoindustrialização do Rio Grande do Norte, através da definição de uma política industrial, como solução para o que a sociedade precisa. “Os debates mostraram que o Brasil, o Nordeste e o nosso Rio Grande do Norte são representativos nesse processo, inclusive na neoindustrialização que está sendo proposta pelo mundo e é, hoje, uma realidade no nosso país”, afirma Serquiz.
“A partir disso, surge aquilo que já estamos promovendo no Rio Grande do Norte, que é a definição de uma política industrial que possa criar os caminhos e estabelecer as estradas para que isso se torne realidade. Este momento traz a certeza que nosso RN e nosso país são solução para a transição energética, de forma que a indústria é a solução para o que a sociedade precisa”, completa o presidente da FIERN.
A missão se encerrou em Boston, onde os representantes brasileiros participaram de um briefing sobre inteligência artificial e transição energética no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e visitaram o campus da Universidade de Harvard, entre os dias 15 e 16 de maio.
“Numa segunda etapa da Missão, visitamos as universidades MIT e Harvard, ambas respiram ciência e pesquisa. Essas duas universidades trabalham o empreendedorismo a partir da inovação, tecnologia e inteligência artificial”, afirma.
A delegação brasileira da missão, que seguiu até esta sexta-feira 16, foi composta por empresários, presidentes de federações de indústrias, representantes de associações industriais e do governo brasileiro.
Agenda e debates
A agenda teve início em Washington, com reuniões entre representantes do governo e do setor privado brasileiro com seus pares americanos para discutir medidas de aproximação entre os países. Na ocasião, o setor produtivo brasileiro apresentou suas prioridades diante das mudanças na política comercial dos EUA.
Em Nova York, a delegação debateu com diplomatas e especialistas os impactos do protecionismo e das tensões geopolíticas sobre o Brasil. Na terça-feira (13), a CNI e o Financial Times organizaram um seminário sobre Economia Verde e a Liderança brasileira na transição para uma economia de baixo carbono, em Nova Iorque.
Na quarta-feira (14), o presidente da CNI, Ricardo Alban, participou como palestrante da 4ª edição do Brazil Summit, também organizado pelo Financial Times, abordando os desafios e oportunidades para o avanço da agenda de sustentabilidade no país.
Ricardo Alban defendeu a busca pela complementariedade em vez do confronto, a agregação de valor às exportações e o aproveitamento das vantagens competitivas do país, especialmente no setor de economia verde.