Corredores relatam experiência da prova na faixa portuária

A emoção de alcançar a linha de chegada é considerada indescritível para os corredores. Correr na faixa portuária de um dos maiores portos do Brasil e de relevância internacional é considerado uma experiência única. Assim que o evento é anunciado, os atletas começam a treinar para a prova em Paranaguá. 

A educadora física e professora de Triathlon, Priscilla Teixeira Migliorini Diniz, conta que começou a praticar o esporte após conhecer seu marido Sérgio Diniz, há 22 anos, atleta também muito conhecido em Paranaguá. 

“Assim que casamos, o mundo do Triathlon já entrou na minha vida, quando meu primeiro filho fez oito meses, ganhei uma bicicleta e comecei a pedalar. Depois de uns quatro anos, montamos a assessoria de corrida (Diniz Treinamentos). A partir daí, comecei a correr também, fazia Duathlon, provas de duas modalidades, e participava de algumas corridas de rua. Comecei com as aulas de natação e, agora, já faz três anos que faço Triathlon”, explicou Priscilla.

Benefícios

A corrida, para ela, traz inúmeros benefícios, é um esporte democrático, sem necessidade de muito investimento.

“Se tiver um tênis e muita vontade de melhorar a sua vida, você vai conseguir. Consigo incentivar, principalmente nas minhas redes sociais, outras pessoas, principalmente mulheres da minha idade. A partir do momento que eu comecei a praticar atividade física, minha vida mudou. Já tive depressão e a atividade física faz a gente se libertar. Tenho muitos alunos que vem de indicação médica, porque a corrida produz muitos hormônios, ajuda a reduzir obesidade, fortalecer a musculatura, interação social, as mulheres vão se olhar e se amar mais”, destacou Priscilla.

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 “A partir do momento que eu comecei a praticar atividade física, minha vida mudou”, disse a educadora física e professora de Triathlon, Priscilla Teixeira Migliorini Diniz (Foto: Arquivo pessoal)

Ela defende que a corrida é democrática, para todos. “Eu tenho uma assessoria particular, mas também é um trabalho social. Independente do peso, da idade, da condição financeira, todo mundo tem condições de praticar corrida”, afirmou Priscilla.

Linha de chegada

Com mais eventos de corrida realizados na região, o número de corredores também aumentou, seguindo uma tendência mundial. O Relatório Anual sobre Tendências de Esportes do Strava apontou que a corrida foi o esporte mais praticado no mundo em 2024. A plataforma afirma que o Brasil é o segundo País com o maior número de atletas, somando mais de 19 milhões.

“Depois que começaram a investir mais em eventos de corridas movimentou muito o Aeroparque, a gente acaba incentivando também para a participação nesses eventos. Quando a gente termina uma corrida é uma sensação tão boa, a gente se sente capaz, feliz, me sinto viva, é emocionante. Só quem cruza a linha de chegada sabe que é algo indescritível. A energia da prova, a largada, as pessoas torcendo, vale muito a pena o sacrifício, porque não é fácil”, enfatizou Priscilla.

Na primeira edição da Corrida do Porto, Priscilla competiu no trajeto de 10km e chegou em 8.º lugar no ranking geral. Os competidores, neste ano, poderão escolher, além dos trajetos de 5,5 km (caminhada e corrida) e 10 km (corrida), também na categoria de 15 km (corrida).

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Giovani Chaves Guilherme vai para a sua terceira corrida do porto (Foto: Folha do Litoral News)

Priscilla vai competir no trajeto de 15km. “Para mim, quanto maior a distância, maior o desafio, é o que eu gosto de fazer. É um lugar muito diferente, é incrível, vale muito a pena”, ressaltou a professora e atleta.

Dois pódios

Giovani Chaves Guilherme é eletricista automotivo, corre há três anos e entende da Corrida do Porto. Na primeira edição, em 2023, ele ganhou o 3.º lugar na categoria 5km. No ano seguinte, na segunda edição da prova, ele foi além e ganhou 3.º lugar na categoria 10km. Neste ano, ela vai participar novamente, desta vez na prova de 15km, novidade desta edição.

A corrida chegou na sua vida aos 39 anos, durante a pandemia. “Sempre praticava ciclismo, ia para a academia e, quando mais novo, o futebol. Até cheguei a jogar no time da cidade. Com a pandemia, a gente ficou restrito a tudo isso. Então resolvi procurar outra coisa. Conheci a corrida pelo meu irmão, que é bombeiro e também esportista. Fui pegando gosto pela coisa, você vai treinando, correndo, vendo a tua evolução, teu corpo mudar, sua saúde ficar melhor, o teu sono”, contou Giovani.

Em um dos treinos do Aeroparque, ele foi convidado para fazer um teste pela assessoria da Diniz Treinamentos.

“Me inscrevi na primeira corrida de 6km para começar. Quando chegou no quinto a vontade de desistir já era grande, porque não estava acostumado com aquilo. Consegui concluir a prova e, pela minha surpresa, fiquei em primeiro lugar na categoria. Nunca imaginava, com 39 anos, quatro meses de treinamento, abriu uma possibilidade gigantesca e assim foi uma prova atrás da outra”, relatou o atleta.

Alguns dias antes da segunda Corrida do Porto, ele teve dengue. “Fiz uns dois treinos e fui para a prova. Fiz 37 minutos, bati meu melhor tempo nos 10km”, lembra Giovani.

Ele ressalta que há toda uma preparação antes das provas, com treinos específicos, alimentação regrada, muita hidratação e pensamento positivo.  “A corrida é muito isso. Porque chega um momento ali, por exemplo, 10 km, chega no sexto, no sétimo, parece que é a mente que mais trabalha contra você. Parece que a gente não vai conseguir, não vai manter, por isso tem que estar muito focado”, reiterou Giovani.

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A corrida chegou na sua vida aos 39 anos, durante a pandemia

A prova do porto, para ele, é especial. “Meu avô foi arrumador, eu mesmo já trabalhei na faixa portuária por dois ou três anos, mas trabalhar é uma coisa, correr é outra. A gente, aqui de Paranaguá, não podia ficar de fora de uma prova dessa como atleta amador”, disse Giovani.

Em um balanço do que a corrida trouxe para sua vida, ele cita disciplina, humildade e melhora no humor. “A corrida é remédio para muitas doenças”, afirmou o atleta.

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