O deputado estadual Gustavo Carvalho (PL) cobrou nesta quinta-feira 15 que os deputados do PT assinem o requerimento que pede a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Congresso Nacional para investigar o desvio de recursos de aposentados e pensionistas. Já foram apresentados dois requerimentos: um para abertura de CPI na Câmara e outro para abertura de uma CPI mista (CPMI), que teria participação de deputados e senadores.
Em pronunciamento na Assembleia Legislativa, Gustavo Carvalho dirigiu as críticas especialmente a Fernando Mineiro e Natália Bonavides, os únicos que não assinaram o pedido até agora entre os parlamentares da bancada do Rio Grande do Norte. Ele poupou das críticas a senadora Zenaide Maia (PSD), que também não assinou.
“Eu tive aqui (na Assembleia Legislativa) 12 anos de convivência com o deputado Mineiro. Uma saudável convivência. Enquanto ele esteve nesta Casa, ele defendia a assinatura de qualquer CPI que chegasse, que o mais importante era o debate. E eu estou achando estranho a mudança de comportamento que ele está tendo junto com a deputada Natália Bastos (referência a Natália Bonavides)”, afirmou Gustavo.
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Em outro momento, o parlamentar disse que tem aumentado a percepção de que o PT é o principal responsável pelas fraudes detectadas. Ele ressaltou que até veículos de imprensa que seriam, em tese, simpáticos ao PT criticam a não adesão de parlamentares à CPI.
“É triste o governo do PT estar pagando esse absurdo de mídia e não poder mais assistir a Rede Globo, porque eles não convencem a ninguém de que a falta de assinatura dos seus parlamentares na CPMI não é porque existe, por parte deles, culpa e, por parte deles, existe também má fé”, destacou.
Em outro trecho da fala, Gustavo Carvalho cravou: “Eles não assinam essa CPMI porque sabem, têm segurança que eles são os culpados de todo esse processo, numa engenharia inteligente, que fez com que sindicatos, instituições e ONGs se aparelhassem para, politicamente, realizar o debate. Mas eu estou aqui para combater essas atitudes danosas que surgem”.
Entenda o caso
Em abril, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram uma operação contra desvios de aposentadorias e pensões. Na ocasião, foram cumpridos mais de 200 mandados, entre eles o de afastamento do então presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, que depois foi demitido do cargo.
Segundo as investigações, entidades associativas vinham fazendo descontos de mensalidades em benefícios pagos pelo INSS sem autorização dos beneficiários. Os desvios estariam ocorrendo desde 2019, e a estimativa é que pelo menos R$ 6 bilhões tenham sido subtraídos das contas.
Deputados do PT vêm alegando que a CPI tem o objetivo desestabilizar o governo por querer concentrar as investigações no período após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2023 e 2025, ignorando o período anterior, do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, dizem que a investigação sobre o caso já está sendo conduzida pela CGU e pela PF.
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