Influenciadora de 23 anos é morta durante transmissão ao vivo no TikTok

Valeria Márquez
Valeria Márquez

por Ana Oliveira, para o Pragmatismo

Valeria Márquez, influenciadora digital de 23 anos e proprietária de um salão de beleza na região metropolitana de Guadalajara, no México, foi morta a tiros durante uma transmissão ao vivo no TikTok na última terça-feira (13).

De acordo com a Procuradoria Geral do Estado de Jalisco, o assassino entrou no salão de Valeria com o pretexto de lhe entregar um presente. Sem dar qualquer chance de reação, sacou uma arma e disparou pelo menos duas vezes — atingindo a jovem na cabeça e no peito.

A cena brutal foi registrada ao vivo. Nas imagens, que circularam amplamente nas redes sociais antes de serem removidas por violação das diretrizes das plataformas, Valeria aparece conversando com uma funcionária quando, de repente, desmaia. A colega, visivelmente em choque, desliga a transmissão após perceber o que havia ocorrido.

O assassino fugiu de motocicleta e ainda não foi identificado. A investigação corre sob a tipificação de feminicídio, embora as autoridades não tenham confirmado oficialmente a motivação. Relatos extraoficiais apontam que o crime pode ter sido encomendado por um ex-namorado da vítima. O nome dele não foi divulgado.

Uma vida interrompida diante das câmeras

Valeria Márquez era conhecida na internet por seus vídeos leves e cotidianos. Com mais de 100 mil seguidores somados entre TikTok e Instagram, ela publicava tutoriais de maquiagem, dicas de cuidados pessoais, bastidores de sua rotina no salão de beleza e reflexões sobre empreendedorismo feminino. Sua última postagem no Instagram foi uma selfie diante do espelho, mostrando seu look do dia — minutos antes de ser assassinada.

Além da atuação como influencer, Valeria já havia participado de concursos de beleza e ganhou notoriedade em 2021, quando foi eleita Miss Face, em evento local.

A jovem simbolizava um perfil comum na América Latina: o de mulheres jovens que buscam autonomia financeira e reconhecimento profissional, mas que seguem vulneráveis à violência de gênero — inclusive dentro de seus próprios ambientes de trabalho.

Feminicídio no México: uma epidemia cotidiana

O assassinato de Valeria Márquez não é um caso isolado. Segundo dados do Sistema Nacional de Segurança Pública do México, ao menos 10 mulheres são assassinadas por dia no país. Apenas uma fração desses crimes é formalmente registrada como feminicídio, mesmo quando há evidências claras de motivação misógina.

Guadalajara, capital do estado de Jalisco, é uma das cidades com maior índice de violência contra mulheres. A ineficiência institucional, o machismo estrutural e a impunidade formam o tripé que sustenta a epidemia de feminicídios no país.

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