“Silêncio que Grita”: Ato Nacional contra o Abuso Sexual Infantil mobiliza Salvador

No próximo domingo, 18 de maio, Salvador será palco do ato público nacional “Silêncio que Grita – Ação Nacional pela Infância”, das 8h às 11h, com concentração no Farol da Barra. A manifestação tem como objetivo protestar contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes.

“Silêncio que Grita” é um chamado coletivo à ação: por mais vozes, mais proteção e mais responsabilização.

Idealizado por Raquel Vivas, o movimento será realizado em diversas cidades do Brasil. Na capital baiana, a ação é organizada pelo Coletivo Lute por Elas (@coletivoluteporelas), que atua no acolhimento e fortalecimento de mães cujos filhos foram vítimas de violência, além de promover ações de conscientização e pressão junto aos órgãos públicos por justiça e prevenção.

A urgência do tema se reflete nos dados alarmantes: até abril de 2025, a Bahia já registrou mais de 4 mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes. Em 2024, foram mais de 13 mil casos no estado e quase 275 mil denúncias em todo o Brasil, segundo o Ministério dos Direitos Humanos. O Disque 100 – Disque Direitos Humanos – é um canal anônimo e gratuito que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, conectando a sociedade civil aos órgãos responsáveis pela Política Nacional de Direitos Humanos.

Foto: Divulgação

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2023), o estupro é o crime com maior número de registros contra crianças e adolescentes no Brasil. Em 2022, foram 51.971 denúncias. A maioria das vítimas têm até 13 anos de idade, e 60% delas são crianças pretas ou pardas.

Segundo Tamires Reis, uma das organizadoras do ato:

“Embora existam projetos como o Serviço Viver e centros especializados de escuta e atendimento às vítimas, a rede pública enfrenta grande sobrecarga. Delegacias, hospitais e serviços de proteção infantil atuam com comprometimento, mas estão além da capacidade diante da demanda crescente. No Viver, há mães na fila de espera há quase dois anos”.

Foto: Divulgação

Desde 2015, o Viver – Serviço de Atenção a Pessoas em Situação de Violência Sexual, localizado em Periperi, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, está fechado. Já a unidade da Avenida Centenário, no Instituto Médico Legal (IML), funciona com sérias dificuldades de pessoal para atender à alta demanda. O serviço, pioneiro na Bahia, foi fundado em 2001 e chegou a atuar com equipe multidisciplinar de excelência, sendo referência nacional.

As entidades promotoras do ato reforçam a importância da educação preventiva, do fortalecimento das redes de apoio e da mobilização da sociedade civil. Para elas, apesar dos esforços do poder público com campanhas educativas e planos como o Plano Decenal dos Direitos da Criança e do Adolescente, a resposta institucional ainda é insuficiente diante da gravidade e da dimensão do problema.

No mesmo dia do ato, haverá uma campanha de arrecadação de brinquedos, que serão doados a crianças em situação de rua e vulnerabilidade social, em parceria com o Projeto Mãos Solidárias (@projetomaossolidarias). Os brinquedos serão entregues junto com panfletos do “Semáforo do Toque”, uma ferramenta lúdica de educação sexual infantil que visa orientar, conscientizar e prevenir o abuso sexual desde a infância.

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