Eles pedem ajuda para lidar com a situação: “Tem gato morrendo, tem gato se procriando, e a gente não sabe mais o que fazer”
Moradores de Westfália fazem um apelo por ajuda: estão sobrecarregados diante do abandono de animais nas imediações da Rota do Sol, e gastam dinheiro do próprio bolso para tentar cuidar de cães e gatos que se proliferam. O que antes era uma vizinhança tranquila se transformou em um cenário de desespero.
O abandono em massa de animais, principalmente gatos, vem crescendo de forma descontrolada. São inúmeros felinos — e também cães — vagando pelas ruas, doentes, feridos, famintos. Nascem nos matos, morrem nos bueiros, arrastam-se por terrenos baldios e pátios de residências em busca de abrigo ou comida.
“Isso aqui não é nem a metade dos gatos que a gente trata aqui. Já são mais de três anos nessa luta”, relata Hersi Wahlbrink, enquanto despeja ração na calçada para pelo menos duas dezenas de gatos que aparecem aos poucos. Além dos que vivem soltos, vários foram adotados pelos vizinhos, conforme relata Melisa Haefliger. “Eu adotei dois gatos, o vizinho de baixo cinco, a vizinha da esquina um, o vizinho lá atrás levou dois, o de cima cuida de mais uma meia dúzia… E fora os que a gente nem sabe”.
A reprodução sem controle tem agravado ainda mais a situação. “Tem gatas cobertas, parindo nos bueiros, nos matos. Os filhotes só aparecem quando conseguem andar para vir comer. E logo vêm mais”, lamenta Cláudia Lagemann Weirich, outra moradora.
A situação vai além dos gatos. Cadelas prenhas também têm sido deixadas na região. Uma delas teve 13 filhotes e só seis sobreviveram. A comunidade ajudou a encontrar lares para os filhotes, mas a mãe voltou a ficar prenha, e agora a vizinha que cuidava dela não quer mais ficar com o animal.
Sem apoio efetivo, os moradores se viram sozinhos. Enquanto isso, os animais continuam se reproduzindo. Muitos são ariscos, difíceis de capturar, e as ONGs também não têm estrutura para ajudar.
Conforme relata Cristian Elias Weirich, além do sofrimento dos bichos, a situação já afeta a saúde pública. “Tem restos de comida nas ruas, isso atrai baratas, ratos. É um ciclo que se repete. Esses animais trazem doenças, morrem atropelados ou vítimas de maus-tratos. Já encontramos gatos envenenados, queimados”.
Cristian relata ainda que recentemente um gato ferido com a mandíbula quebrada precisou de atendimento veterinário de urgência. “Saiu do nosso bolso. Foram quase R$ 3 mil em atendimento. Fora os quatro sacos de ração de 20 kg por mês que dividimos entre os vizinhos para alimentar esses animais. A gente não dá mais conta”.
Diante da situação, os moradores pedem ajuda. “A gente precisa parar. Tem animal morrendo, tem animal se procriando, a gente está gastando e não sabe mais o que fazer. Precisamos de ajuda das ONGs, da prefeitura, da comunidade. Não é só um problema de quem mora aqui, é um problema de todos”, reforça.
Cristian resume o sentimento de quem não consegue virar o rosto diante do sofrimento:
“Esses animais são invisíveis para muitos, mas para mim, cada um tem uma história, uma dor, uma oportunidade de viver. Eles não têm voz para pedir ajuda, não têm mãos para se defender, e por isso, eu faço o que posso por eles.
É dever de toda sociedade, de cada ser humano consciente, erguer a bandeira do respeito e da compaixão. Temos o dever moral de garantir que eles tenham dignidade, respeito e melhores condições de vida.
Abandonar é um ato cruel, mas ignorá-los nas ruas também é consentir com o abandono. E enquanto houver um animal sofrendo, nós ainda estaremos falhando como civilização. Cada um de nós pode fazer a diferença, mesmo que seja com um gesto simples de cuidado e compaixão.”
Quem quiser contribuir para a causa e ajudar nos cuidados dos animais pode fazer um pix para Cristian no e-mail [email protected].


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