Mesmo sem nunca ter sido pai biológico, Divaldo Franco adotou quase 700 filhos

Mesmo não tendo sido pai biológico, o medium baiano e líder da Mansão do Caminho, Divaldo Franco, adotou 650 filhos ao longo de sua trajetória religiosa na Bahia. Ele mantinha um trabalho social com crianças e adultos em Salvador. Divaldo morreu na noite de terça-feira, 13, aos 98 anos, devido a uma falência múltipla dos órgãos.Divaldo foi responsável pela fundação do Centro Espírita Caminho da Redenção (1947) e a Mansão do Caminho (1952). Os dois centros atualmente constituem um complexo educacional e socioassistencial, com 44 edificações, onde mais de cinco mil pessoas por dia são atendidas.Durante sua atuação, Divaldo adotou cerca de 650 filhos, que cresceram nas antigas casas da Mansão do Caminho. O líder espírita era chamado de “Tio Divaldo”. De acordo com a Universidade Federal da Bahia (Ufba), ele teve ainda mais de 200 netos e bisnetos ao longo dos anos.

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O trabalho social da Mansão do Caminho atende mais de 3 mil jovens carentes em Salvador e o trabalho é mantido com a venda de livros mediúnicos, fitas e DVDs de palestras.Mansão do CaminhoDivaldo dedicou parte de sua vida ao espiritismo, mas concomitantemente a isso, ao ato de servir ao próximo, como foi a sua missão vívida e notória com obras sociais.Um exemplo disso é a instituição Mansão do Caminho, fundada em 1952, por Divaldo e Nilson de Souza Pereira, mais conhecido como Tio Nilson. Localizada em Pau da Lima, em Salvador, onde também está localizada a sua residência, a instituição é um espaço renomado pelas ações sociais a pessoas em vulnerabilidade social através de auxílio material, educacional e espiritual.A instituição sobrevive por doações da sociedade civil e por doações de empresas parceiras, e recebe diariamente mais de 5 mil pessoas. Os serviços oferecidos da Mansão do Caminho são distribuídos pelo setor de educação, ação social e saúde. Após a administração comandada impecavelmente pelo médium, as obras sociais que antes eram dedicadas por Divaldo estão sendo presididas por Mário Sérgio Pintus.Da saúde à educação, os trabalhos sociais da Mansão do Caminho são diversos, entre eles o combate à pobreza. A instituição fundada por Divaldo Franco atende mais de 5 mil pessoas diariamente. Uma vida dedicada a féConsiderado um dos mais consagrados oradores e médiuns da atualidade, sendo embaixador do Espiritismo no mundo todo, Divaldo Pereira Franco nasceu na cidade de Feira de Santana, na Bahia, no dia 5 de maio de 1927. Ele era o caçula do casal Francisco Pereira Franco e Anna Alves Franco, que teve outros 12 filhos, dos quais cinco faleceram antes mesmo de Divaldo nascer.Desde muito pequeno, Divaldo Franco relatava sinais de mediunidade. Aos quatro anos, transmitiu à mãe um recado de uma senhora que dizia se chamar Maria Senhorinha, nome da avó materna falecida no parto da própria Anna, a mãe do menino. Desconfiada, Anna levou Divaldo à tia Edwiges, que o criou, e ao descrever com detalhes a aparência da mulher, o menino comoveu a tia, que reconheceu na descrição a falecida mãe. Esse foi o primeiro de muitos contatos espirituais marcantes que se tornariam frequentes ao longo da infância de Divaldo.Durante a infância e adolescência, Divaldo enfrentou perseguições espirituais e traumas pessoais. Aos sete anos, passou a ser atormentado por um espírito vingativo, o “Máscara-de-Ferro”, com quem tivera desavenças em uma vida passada. Além disso, sofreu com o suicídio da irmã Nair, cuja alma sofrida passou a lhe aparecer pedindo ajuda. Anos depois, Nair reencarnou como uma menina doente, acolhida por Divaldo até sua morte aos nove anos. A morte traumática do irmão José, por aneurisma, também o abalou profundamente, a ponto de causar-lhe uma paralisia inexplicável.A cura de sua paralisia marcou o início da vida espírita de Divaldo. Uma médium conhecida, Dona Naná, identificou a presença do espírito perturbado de José e, com orações, conseguiu libertar o jovem da influência espiritual, permitindo que ele voltasse a andar. Dona Naná também revelou a força de sua mediunidade e o apresentou à Doutrina Espírita. Com apoio da família e de outros médiuns, Divaldo se mudou para Salvador em 1945, iniciando a trajetória que o tornaria um dos mais importantes nomes do Espiritismo no Brasil.Divaldo realizou mais de 20 mil conferências e seminários em 71 países, e possui mais de 250 livros psicografados. Em parceria com seu fiel amigo Nilson de Souza Pereira (26/10/1924-21/11/2013), ele fundou a Mansão do Caminho, em 15 de agosto de 1952, instituição de assistência social que atende a pessoas carentes na capital baiana. O nome foi dado em homenagem à Casa do Caminho, criada pelos primeiros cristãos.O primeiro prédio da Mansão do Caminho estava localizado no bairro da Calçada. Três anos depois, a sede foi transferida para o seu atual endereço no bairro de Pau da Lima. Com mais de 300 funcionários e 400 voluntários, o espaço atende cerca de 3 mil crianças, que passam por atendimento médico e ficam nas creches.VelórioO velório de Divaldo Franco contará com uma programação especial, no ginásio de esportes da Mansão do Caminho (Pau da Lima), nesta quarta-feira, 14, das 9h às 20h. O momento é aberto ao público, sem a necessidade de agendamento prévio.A pedido de Divaldo Franco as cerimônias póstumas serão de curta duração e simples, não haverá cortejo em carro aberto e seu caixão permanecerá fechado. Seu sepultamento será realizado na quinta-feira, 15, às 10h, no Cemitério Bosque da Paz, mesmo local onde foi sepultado seu amigo e companheiro de jornada na criação e manutenção da Mansão do Caminho, Tio Nilson de Souza Pereira.

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