Mais da metade dos acidentes de trânsito registrados em Alagoas envolvem motocicletas. O estado tem uma taxa de 58,5%, ficando atrás somente do Piauí e Ceará, que têm 69,4% e 59,5% respectivamente. Os números fazem parte do Atlas da Violência 2025, divulgado nesta segunda-feira (12), no Rio de Janeiro. Esta é a primeira vez que o estudo traz dados sobre a violência no trânsito.
Segundo o Atlas, a taxa de mortes causadas por acidentes de trânsito voltou a crescer no país, alcançando 16,2 óbitos a cada grupo de 100 mil habitantes. O dado se refere a 2023 e representa alta de 2,5% ante 2022, quando o índice era 15,8%. Os números em relação a acidentes envolvendo motocicletas chamam ainda mais atenção: a taxa atingiu 6,3 mortes por 100 mil habitantes em 2023, o que equivale a alta de 12,5% ante 2022. Desde 2020, a taxa era mantida em 5,6%.
Embora Alagoas seja o terceiro em números de acidentes, o estado não figura entre os seis estados com mais mortes em acidentes com motocicletas listados no anuário. As maiores taxas de mortes em acidentes com motos por 100 mil habitantes são: Piauí – 21%, Tocantins – 16,9%, Mato Grosso – 14,7%, Rondônia – 12,6 %, Maranhão 11,2% e Sergipe 11,2%.
Já as menores taxas de mortes em casos de acidentes com motos por 100 mil habitantes são em São Paulo 3,6%, Rio Grande do Sul 3,7%, Acre 3,7%, Distrito Federal 2,4%, Rio de Janeiro 2,4% e Amapá 2,3%.
De acordo com o pesquisador do Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada] Carlos Henrique Carvalho, o crescimento do número de mortes no trânsito em acidentes de moto é consequência direta do aumento da frota e uso desses veículos no Brasil.
“A frota de moto vem aumentando muito, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, nos estados mais pobres, já que é um veículo mais acessível, de custo operacional baixo”, disse.
O Atlas da Violência é elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao governo federal, e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), uma organização sem fins lucrativos.
