Planalto escala Natália para rebater Nikolas na guerra sobre o caso do INSS

Em vídeo publicado nas redes sociais nesta semana, a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) voltou a responsabilizar o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo escândalo das fraudes bilionárias envolvendo descontos irregulares em benefícios do INSS. A parlamentar foi escalada pelo Palácio do Planalto como uma das vozes da linha de frente para rebater acusações disseminadas pela oposição, em especial pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), conta o governo Lula (PT).

O oposicionista também usou as redes sociais para falar sobre as fraudes no INSS, repetindo estratégia usada anteriormente no caso do Pix. Nikolas publicou um vídeo acusando o atual presidente de não ter tomado medidas para investigar os descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas, chamou o caso de “maior escândalo da história do Brasil” e omitiu que a origem dos desvios se deu no governo de Jair Bolsonaro.

No vídeo que viralizou nas redes sociais, Nikolas Ferreira afirmou falsamente que a esquerda, em particular o PT, havia derrubado a Medida Provisória 871/19, que visava aprimorar a fiscalização de fraudes contra o INSS.

O Congresso Nacional transformou a MP 871 na lei 13.846/19, alterando o prazo de revalidação dos descontos, que passou de um para três anos. A lei 14.438/22, posteriormente, acabou com a exigência da revalidação.

Natália diz que Bolsonaro “abriu caminho para abusos” no INSS

Natália Bonavides ressaltou que, além de não tomar medidas para coibir as fraudes no INSS, Bolsonaro sancionou, sem vetos, a citada lei que revogava a necessidade de revalidação dos descontos nos benefícios de aposentados e pensionistas, abrindo o caminho para os abusos.

A petista citou que, após o prazo de revalidação dos descontos passar de um para três anos, dobrou o número de entidades que firmaram acordo de cooperação com o INSS, o que fez os valores descontados e as reclamações junto à auditoria do órgão “explodirem”.

Natália acusou Bolsonaro de agir para “aumentar ainda mais a mamata”, atribuindo ao ex-presidente a aprovação da lei que postergou a revalidação dos descontos para 2026. No entanto, o aumento no prazo e, posteriormente, a revogação do prazo de revalidação dos descontos foram aprovados pelo Congresso Nacional.

“Foi nessa gestão que se abriu espaço para o crescimento desse esquema bilionário. O ex-presidente sancionou sem vetos uma medida aprovada no Congresso Nacional que revogou normas importantes para o controle dos descontos em folha dos aposentados. Ele não tomou nenhuma atitude para proteger os beneficiários”, afirmou.

Figuras-chave

A petista também mencionou nomes de figuras-chave do governo anterior, que são citados nas investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU). Entres eles estão Guilherme Serrano e José Carlos Oliveira, ambos ex-presidentes do INSS, além de Alexandre Guimarães, ex-diretor de governança do órgão.

Natália ainda destacou a ligação entre o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL-RS) e a Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), uma das entidades investigadas pela PF e pela CGU. De acordo com as investigações, Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da ABCB, doou R$ 60 mil para a campanha de Lorenzoni ao Governo do Rio Grande do Sul em 2022.

Estratégia de reação do governo

O vídeo de Natália faz parte da ofensiva petista coordenada com o Palácio do Planalto, que acionou sua base aliada no Congresso Nacional e mobilizou deputados, senadores e ministros para rebater as acusações da oposição.

Depois que o vídeo de Nikolas Ferreira viralizou nas redes sociais, o governo escalou aliados para tentar dar uma resposta, mas o engajamento dos governistas foi consideravelmente menor.

Os petistas, incluindo a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, compartilharam um vídeo que acusa o ex-presidente de “roubar os aposentados”. A peça começa dizendo que “o esquema começou em 2019, no primeiro ano do governo Bolsonaro”.

Em seguida, assim como fez Natália Bonavides, o vídeo enumera personagens do governo anterior que estão sendo investigados, cita a doação de um dos envolvidos no esquema ao ex-ministro Onix Lorenzoni e afirma que “durante quatro anos, o esquema cresceu sem ser investigado”.

Fraudes foram investigadas no governo Lula

Natália disse, ainda, que isso só mudou a partir de 2023, com o início do governo Lula. “A Controladoria-Geral da União faz o papel dela. Investigam o aumento das entidades, dos descontos e das reclamações. Investigando, fica muito claro que os aposentados estavam sendo roubados. A Polícia Federal é acionada e o resultado é a Operação Sem Desconto, agora em abril, que desmonta o esquema criminoso envolvendo a INSS”, disse.

Ela citou, ainda, que o presidente Lula demitiu o presidente do INSS, escolheu o novo diretor do órgão e determinou a suspensão de todos os acordos de cooperação com as associações, além de assegurar o ressarcimento dos valores descontados indevidamente de aposentados e pensionistas.

“Tem muita coisa para a gente entender ainda. Essa história ainda vai repercutir muito, mas uma coisa está clara e a gente não pode esquecer. Teve um governo que alimentou essa fraude e tem um governo que desmontou essa fraude”, completou.

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