Movimento PcD entrega carta com propostas a candidatos de Natal

Um conjunto de movimentos que reúnem pessoas com deficiência e seus familiares produziu uma carta com propostas endereçadas aos principais candidatos à Prefeitura de Natal. 

A carta aberta é impulsionada pelo MOVIPA (Movimento Independente Pró-inclusão das Pessoas com Deficiência e seus Familiares) e também assinada pela Associação para Autistas da Zona Norte, Apoie Epilepsia, Projeto Meu Mundo Azul, Coletivo de Pais Atípicos do RN, ACJUDMI e Associação Síndrome de Down do RN. 

O documento contempla cinco propostas na área da saúde, seis na educação, três na mobilidade, cinco na urbanização e espaços públicos, além de três pontos sobre legislação e dois relativos ao esporte e lazer. 

Uma das demandas principais, diz Priscila Oliveira, da coordenação do MOVIPA e mãe de uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é a ampliação da moradia assistida, especialmente para as pessoas autistas adultas.

“Com exceção de uma única casa de moradia assistida mantida pelas Semtas [Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social], Natal não tem nenhuma outra política para atender essas pessoas. E elas estão enclausuradas dentro de casa. Se a família não tiver uma rede de apoio, não tiver uma condição de promover a inclusão, alguma qualidade de vida, o único destino dela é ficar dentro de casa, quando tem casa”, aponta.

Outra necessidade é o atendimento terapêutico/especializado. A carta fala sobre acesso a serviços de saúde mental, gratuito, que atendam às suas especificidades, além da conclusão da construção do Centro Especializado em Reabilitação (CER) na Zona Norte assegurando seu pleno funcionamento. Priscila explica que a obra, com orçamento do governo federal, está parada desde 2022.

“É um direito que a gente já tem. Natal não tem nenhum CER, então acho que isso [a necessidade] é gritante, até para não perder esse recurso”, diz Priscila, que também destaca a necessidade de estímulo às pessoas com deficiência.

“A pessoa com deficiência pode ser tudo o que ela quiser, mas se ela for estimulada no tempo certo. Eu costumo dizer que todas as nossas habilidades sociais são adquiridas por prática. E se eu não estimular essas crianças, esses adolescentes que hoje estão aqui, a gente vai ter um problema de saúde pública no futuro”, comenta.

“A gente tem esse anseio de ser ouvido e das demandas”, afirma Priscila, destacando que várias das propostas não precisam de orçamento, mas de comprometimento, como na arquitetura. 

“Se o gestor pensar que em cada obra que ele vai executar, precisa ter essa acessibilidade, não só acessibilidade física, arquitetônica, mas sim o pensar para todas as pessoas com deficiência, na sinalização, não vai aumentar o recurso, não vai encarecer a obra. Já está dentro da obra, é só pensar para essas pessoas, só ter esse olhar voltado para a pessoa com deficiência”, comenta. 

“E é isso que a gente quer: uma vida com direito e o direito à vida. Então, ocupar os espaços, a praia, a cidade, os shoppings, todos os ambientes. A pessoa com deficiência tem esse direito e é isso que a gente busca.”

Rafael Motta (Avante) recebeu o documento nesta terça (10). Já Paulinho Freire (UNIÃO) e Carlos Eduardo (PSD) devem receber na quinta (12), e Natália Bonavides (PT) na próxima segunda (16).

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