Software da UFRN facilita uso de cadeira de rodas

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte recebeu nesta terça-feira, 10, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o registro definitivo para um programa de computador capaz de treinar paraplégicos e tetraplégicos para o uso de cadeiras de rodas. Professor de Educação Física e doutorando na UFRN, José Carlos Gomes da Silva frisa que atualmente não há um sistema como esse disponível no mercado, que é capaz de propiciar um ambiente virtual no qual o cadeirante tenha como fazer testes antes de pegar a cadeira de rodas.

Profissional da área de saúde, com trabalho voluntário sendo realizado no Instituto Santos Dumont (ISD), José Carlos explica que o software surgiu de uma necessidade de tentar diminuir o risco de acidentes de cadeirantes que têm uma lesão muito alta, o tetraplégico. 

“Por ter poucos movimentos do membro superior, ou quase nenhum, a utilização de uma cadeira de rodas é dificultada. Entretanto, o uso da cadeira continua sendo muito importante, até para dar uma certa mobilidade de se locomover, para ter mais autonomia, ou seja, qualidade de vida. Quando a pessoa tem uma deficiência dessa por completo, acaba precisando usar o movimento do ombro e o risco é ainda maior de sofrer um acidente”, pontua o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF/UFRN).

José Carlos acrescenta que a ideia surgiu por meio de um aluno que trabalha com programação e que fez esse software no ISD, instituição localizada na cidade de Macaíba que atende também pessoas com dificuldade de locomoção. Denominado Simulador de controle de cadeira de rodas Titular, ele foi desenvolvido em parceria com o Instituto de Ensino e Pesquisa Alberto Santos Dumont e contou com a participação de nove cientistas: Alex Batista da Costa, Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral, Edgard Morya, Fabíola Rodrigues de França Campos, Fábio Ricardo de Oliveira Galvão, José Carlos Gomes da Silva, Luiz Henrique Bertucci Borges, Paulo Moreira Silva Dantas e Fábio Ricardo de Oliveira Galvão.

“Como profissional da saúde, vejo mais o lado da utilização, de como esse ambiente pode ser construído, ou se tem obstáculos, por exemplo. No programa de computador (PC), a gente trabalha com fases: à medida que o paciente vai evoluindo, as fases vão sendo dificultadas. Nessa dificuldade, a gente tem como fazer a manipulação do ambiente, trabalhando em cima da característica do próprio paciente. Isso porque o nível de um paraplégico é diferente do nível de um tetraplégico, pois o movimento que o tetra faz é com o ombro, usando a mão”, salienta o professor de José Carlos.

Os inventores interessados em registrar programas de computador têm a opção de, acessando o endereço eletrônico da Agir, visualizar um passo a passo elaborado pela equipe da Agência. Dúvidas adicionais podem ser solucionadas pelos telefones 99167-6589/99224-0076.

Apesar de não ser obrigatório por lei, o registro de programa de computador é fundamental para comprovar a autoria de seu desenvolvimento perante o Poder Judiciário, podendo ser muito útil em casos de processos relativos à concorrência desleal, cópias não autorizadas e pirataria, garantindo, assim, maior segurança jurídica ao seu detentor para proteger o seu ativo de negócio.

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