O goleiro Renan Bragança, do América-RN, foi vítima de racismo após a vitória por 2 a 1 sobre o Central, neste domingo 4, no Estádio Lacerdão, em Caruaru (PE). Um torcedor do time pernambucano insultou o atleta com xingamentos racistas na saída de campo. O América-RN emitiu nota de repúdio, e o agressor não foi identificado.
“O torcedor ficou chamando a gente de macaco, eu e o Davi (Gabriel). Se não fosse a filha dele, que mandou ele sentar, ele estaria lá chamando até agora”, disse Renan, em entrevista à Marcos Lopes TV. “A gente respeita todos os torcedores, mas chamar a gente de macaco aí é f… Não é futebol”, lamentou.
Em vídeo gravado por um torcedor alvirrubro, o goleiro aparece revoltado com o autor da ofensa, que estava no anel inferior da arquibancada.
Nas redes sociais, Renan afirmou que não se abalou com o episódio, mas reforçou a gravidade do crime. “Estou tranquilo e com a cabeça boa, isso não me abala e sei que sou muito mais que isso. Seguimos de cabeça erguida (…) Racismo é crime”, publicou. O atleta não registrou queixa na delegacia.
Em nota, o América-RN classificou o ocorrido como uma violação aos direitos humanos e defendeu a inclusão no esporte. “O racismo e a discriminação racial são crimes e violam os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos. No futebol — um esporte que simboliza paz, união e inclusão — não há espaço para atitudes que tentem ofuscar o brilho da bola rolando”, disse o clube.
Com a vitória, o América-RN assumiu a liderança do grupo na Série D, com sete pontos. O Central, terceiro colocado (quatro pontos), enfrenta o Santa Cruz-RN no próximo sábado, enquanto o time potiguar joga contra o mesmo adversário na sexta-feira 9, fora de casa.