Os trabalhadores e trabalhadoras rurais que desde 2007 atuam na feirinha da Avenida 7 de Junho (Marabá Pioneira), todos os sábados, tiveram uma desagradável surpresa nesta sexta-feira (2). Eles chegaram com seus produtos, mas a prefeitura simplesmente não armou as tendas como de costume. Eles ficaram debaixo de sol quente, desde as 10h da manhã, com suas mercadorias – a maioria perecível. A prefeitura só mandou montar as tendas por volta das 15h30, depois que eles denunciaram o descaso ao Grupo CORREIO.
“Nós chegamos aqui era 10h da manhã, o sol quente, nossas coisas tudo queimando, banana queimada, que não pode ficar no sol”, reclama a feirante Diana Borges, que mora na Vila Sororó. Ela denuncia que não conseguiram falar com ninguém da Secretaria Municipal de Agricultura (Seagri), responsável pela feira.
A feirante se diz decepcionada com o descaso do governo Toni Cunha. “Eu votei nesse prefeito que está aqui. Eu votei nele, mas não sabia que ele ia fazer isso com a gente… Nós pensávamos que ia melhorar e fez foi piorar”, resume.
Ziane Coelho Silva, outra feirante, está indignada com a falta de atenção por parte do prefeito de Marabá com os feirantes, que são trabalhadores e precisam ser tratados com dignidade. “Olha, prefeito, nós somos gente! Do jeito que você precisou dos nossos votos, nós precisamos do seu apoio. Não deixe nós na rua, não”, reclama, ao acrescentar que falta também segurança no local.
Dona Neuza Coelho, que também veio da zona rural para vender seus produtos na feira, diz que a casa de apoio cedida pela prefeitura para dar suporte aos feirantes está em condições insalubres. “Nós estamos precisando do prefeito olhar pra nós. Tem uma casa ali que a gente toma banho, mas está um nojo; é rato morto, não tem quem entre, é podre. A gente só entra porque é obrigado”, denuncia, ao acrescentar que a representante dos feirantes nada faz por eles.
Outro feirante, Sebastião Rodrigues, que mora no PA Talismã, também criticou o descumprimento do acordo firmado entre a prefeitura e os colonos que trabalham na feira. “A gente fica prejudicado, porque a gente já ganha pouco, já paga o frete, paga passagem, pra chegar aqui ainda ter que pagar pra montar tenda”, reclama, ao acrescentar que não estão pedindo favor algum, mas todos ali estão trabalhando e, por isso, exigem condições mínimas de dignidade.
Procurada para falar sobre o assunto, a Prefeitura de Marabá ainda não se manifestou.
(Chagas Filho)
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