O Hospital Infantil Varela Santiago, em Natal, realizará a quarta edição do seu Bazar Solidário entre os dias 8 e 10 de maio, com venda de produtos apreendidos pela Receita Federal, como perfumes, roupas, celulares, eletrônicos e outros itens. A entrada custa R$ 30 e deve ser adquirida pelo site www.hospitalvarelasantiago.org.br. “Recebemos agora de Foz de Iguaçu, mandamos apanhar lá, produtos, perfumes, mil e tantos tipos de produtos diferentes, e que serão vendidos no bazar do Varela Santiago”, afirmou o diretor da unidade, Paulo Xavier.
Segundo ele, o transporte das mercadorias custou R$ 88 mil, valor dividido com outra entidade beneficiada. Os recursos arrecadados ajudarão a financiar a construção de um novo anexo hospitalar com 5 mil metros quadrados, que permitirá ampliação da estrutura atual. “Depois de 107 anos, o hospital vai ter um anexo ali do lado. Compramos aquela galeria que vai da Deodoro à Ponciano Barbosa e uma casa vizinha. Fizemos um projeto para 20 apartamentos para crianças com câncer e 50 leitos para enfermarias”, explicou Xavier.
O novo prédio, orçado em R$ 25 milhões, já conta com parte dos recursos assegurados. “O senador Styvenson Valentim garantiu uma emenda de R$ 12 milhões. O Ministério Público do Trabalho já nos doou R$ 3 milhões. O Ministério Público Federal, através de Magnus Delgado, nos prometeu uma quantia muito razoável. Ou seja, essa obra financeiramente está garantida”, disse. Segundo o diretor, a obra aguarda apenas licenças de demolição e construção da Prefeitura de Natal. “Se a licença de construção sair amanhã, daqui a 15 dias, enquanto nós assinamos o contrato com as construtoras, já fizemos a licitação, a obra começa de imediato. Eu tenho 87 anos. Antes dos 90 anos, nós queremos inaugurar aquela obra”.
O hospital passará de 110 para até 145 leitos, segundo Xavier. “Nós temos enfermarias com 20 metros quadrados, com quatro mães e quatro crianças. É desumano. Porque elas são bem recebidas, bem acolhidas e bem tratadas. Nesse novo anexo, vai ter o dia da família, em que vai a vovó que não pode ir hoje, os avós que não podem ir hoje, vai ter um dia com essa criança”.
Durante a entrevista, o diretor voltou a criticar a demora no processo de regulação de pacientes. Ele relatou o caso de uma jovem com leucemia mieloide aguda que ficou cinco dias em uma UPA antes de ser encaminhada ao hospital. “Foi mal regulada, não sei por quem. Agora que ela foi mal regulada, foi. Eu disse aos pais que botassem dinheiro no carro e levassem para o Varela”, relatou.
Sobre a polêmica recente do tomógrafo do hospital, Xavier afirmou que a situação foi resolvida após reunião com o secretário estadual de Saúde, Alexandre Motta. “Ficou acertado com ele. Eu acho que agora acabou essa polêmica. Já estão chegando oito, dez crianças por dia, mas pode melhorar ainda”, disse. Segundo ele, o hospital disponibiliza até 15 exames diários, recebendo R$ 120 a R$ 130 por tomografia, dos quais R$ 40 vão para o médico que emite o laudo.
Paulo Xavier também criticou o atendimento desigual em planos de saúde e reafirmou que o hospital é 100% SUS. “Enquanto nós estivermos ali, à frente daquela casa, não atenderemos pacientes particulares, nem pacote. O SUS não foi feito para mim, nem para você. Foi feito para todos nós”, declarou.
A respeito dos repasses públicos, Xavier afirmou que o hospital ainda está recebendo verbas de 2023, mas que uma nova audiência está marcada para tratar da renovação do convênio de 2025. “Está para renovar o de 2025, que não foi renovado ainda. Parece que no dia 28 ou 29 vai ter uma audiência para tratar disso, que não precisaria”, concluiu.