A WEG S.A. (WEGE3), uma das líderes na fabricação de motores elétricos e dispositivos eletrônicos industriais, apresentou resultados financeiros que não atenderam às expectativas do mercado no primeiro trimestre de 2024. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 1,54 bilhão, refletindo um crescimento de 16,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.No que diz respeito ao resultado operacional, a empresa alcançou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 2,17 bilhões, o que representa uma expansão de 22,8% na comparação anual. No entanto, a margem Ebitda recuou ligeiramente, passando de 22,1% para 21,6%. As expectativas dos analistas eram superiores, com previsões médias apontando para um lucro líquido de R$ 1,78 bilhão e um Ebitda de R$ 2,37 bilhões, conforme dados fornecidos pela LSEG.Após a divulgação dos resultados, as ações da WEG sofreram uma queda significativa de 10,62%, sendo cotadas a R$ 45,11 às 12h16 (horário de Brasília) na quarta-feira (30).Uma métrica crucial utilizada pela WEG para avaliar o desempenho financeiro é o retorno sobre o capital investido (Roic), que apresentou uma redução de 5,7 pontos percentuais, totalizando 33,2%. A companhia atribuiu essa diminuição à realização de investimentos em ativos fixos e intangíveis, além da aquisição das empresas Marathon, Rotor e Cemp. Este movimento inclui a compra dos ativos da Regal Rexnord nos Estados Unidos, anunciada em setembro de 2023, que representa o maior negócio já realizado pela WEG.Em relatório publicado antes da abertura do mercado, o JPMorgan previu uma reação negativa das ações da WEG variando entre 5% e 10% abaixo do Ibovespa. A análise destacou a desaceleração no crescimento da receita externa e a redução do Ebitda como fatores preocupantes. No comparativo com seus pares globais no setor industrial, as ações da WEG estão sendo negociadas a múltiplos superiores: 19,9 vezes o valor da firma (EV)/Ebitda esperado para 2025 contra 16,9 vezes dos concorrentes.Entre os principais pontos negativos destacados pelo JPMorgan estão: i) a receita líquida que ficou 3% abaixo das expectativas; ii) uma contração na margem bruta para 32,9%, o menor nível desde o terceiro trimestre de 2023; iii) despesas operacionais que aumentaram acima do crescimento da receita; e iv) o resultado líquido inferior ao esperado pelo consenso do mercado.Por outro lado, alguns aspectos positivos foram identificados: i) crescimento da receita doméstica em 14% comparado ao ano anterior; ii) alíquota efetiva de imposto estabelecida em 19,8%, levemente acima das projeções.A Genial Investimentos comentou que os resultados decepcionaram devido à compressão nas margens e mudanças no mix de produtos vendidos. A valorização do real também impactou negativamente tanto a receita quanto a lucratividade das operações internacionais. A empresa ainda observa que o nível reportado está próximo das expectativas para 2025.O Goldman Sachs reforçou que as interações recentes com investidores indicam um foco nas margens e na possibilidade de expansão dessas métricas. O banco alertou que os resultados poderiam ser recebidos negativamente pelo mercado.Durante uma teleconferência com investidores, o Goldman Sachs enfatizou sua busca por entender as previsões para os custos futuros dos insumos e as perspectivas para a geração solar. O banco mantém uma recomendação de venda para as ações da WEG devido à expectativa de estabilização nas margens e desaceleração no crescimento das receitas nos próximos meses.Apesar das quedas nos lucros e do contexto desafiador apresentado nos últimos resultados financeiros, analistas ressaltam que as ações da WEG ainda são vistas como defensivas dentro do atual cenário econômico incerto do Brasil.
WEG (WEGE3) frustra de novo e ações desabam 10% após 1T25
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