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Imagem criada com uso de IA (Elaboração Pablo Lira) e reprodução de vídeo
Após dois graves acidentes em menos de 48 horas, as discussões sobre a necessidade de duplicação da BR-101 no Espírito Santo voltaram a ganhar força.Quem relembrou a tragédia do último domingo (27) foi Pablo Lira, doutor em Geografia, mestre em Urbanismo, professor da UVV e diretor-geral do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e, usando a Inteligência Artificial (IA), mostrou como seria o acidente em Anchieta, no último domingo, se o trecho tivesse duplicado e separado por uma mureta.“Um caminhão carregado com caixas de mamões tombou na altura de Anchieta e atingiu um ônibus com passageiros. O resultado foi doloroso com três vidas perdidas e 25 pessoas feridas. Infelizmente, esse não é um episódio isolado, é mais uma evidência dos riscos que a BR-101 ainda oferece em segmentos que, há muito, já deveriam ser duplicados”, salientou.A duplicação da rodovia, como ele destacou, vai muito além dos ganhos econômicos. “Trata-se de salvar vidas e garantir segurança a milhares de pessoas que trafegam diariamente: motoristas, famílias inteiras, passageiros de transportes coletivos e caminhoneiros que movimentam a economia do País”. Se o cronograma original de duplicação tivesse sido cumprido, como ele chama a atenção, é provável que este acidente tivesse um desfecho bem menos trágico.“Para demonstrar como a história poderia ter sido diferente, fiz uma simulação com o apoio de IA. Com essa tecnologia emergente, considerei o mesmo cenário do acidente, mas com o trecho já duplicado e separado por uma mureta simples”, explicou. A projeção, segundo ele, indica que o caminhão, mesmo desgovernado, teria sido contido pela barreira central, evitando a colisão frontal com o ônibus. “Provavelmente, as 25 pessoas feridas estariam seguras e as três vítimas fatais estariam vivas hoje”.Ele, no entanto, enfatizou que a Inteligência Artificial não consegue prever tudo. “Mas há algo que ela não precisa calcular, ou seja, algo que todos nós conseguimos ver com clareza: vidas estão sendo perdidas por omissão e atraso crônico. Falar sobre a duplicação da BR-101 é falar sobre gente, sobre trabalhadores, famílias, turistas, estudantes e caminhoneiros. Pessoas que só querem chegar ao seu destino com segurança. Essa é a urgência real que nos move”.