Um passeio escolar que prometia ser inesquecível terminou em tragédia para a pequena Leah Harrison, de apenas 10 anos. A estudante do 6º ano da Mount Pleasant Primary School, em Darlington, morreu no dia 22 de maio do ano passado, após ser atingida por um deslizamento de terra enquanto fazia uma trilha com colegas durante uma excursão ao centro de atividades ao ar livre Carlton Adventure, no norte da Inglaterra.
Segundo depoimentos ouvidos em um inquérito judicial aberto esta semana, Leah foi surpreendida por uma avalanche de lama enquanto atravessava um riacho na região de Carlton Bank, na orla do parque North York Moors. A força do deslizamento a arrastou por cerca de seis metros, deixando-a completamente submersa. Tentativas desesperadas de libertá-la não foram bem-sucedidas.
Ela foi levada ao Hospital Universitário James Cook, onde sua morte foi confirmada. A causa, de acordo com a perícia, foi asfixia traumática: Leah caiu de bruços, e a lama, pressionada contra o rosto por seu próprio casaco impermeável, a impediu de respirar.
Uma tragédia imprevisível
O legista assistente Paul Appleton afirmou que o inquérito busca entender as condições da trilha, o planejamento da atividade e os fatores climáticos naquele dia, que tinha previsão de chuva com alerta amarelo do serviço meteorológico britânico. Mesmo assim, os responsáveis não esperavam risco de deslizamento.
O instrutor sênior do centro, Paul Godwin, explicou que grupos anteriores haviam feito o mesmo trajeto sob condições similares ou piores. “Na minha opinião, o que aconteceu com Leah não poderia ser previsto nem evitado. Foi uma tragédia repentina”, disse.
A diretora da escola, Joanne Blackham, que acompanhava os alunos na viagem, reforçou: “O deslizamento veio do nada e simplesmente a levou. Nós não ouvimos, não conseguimos ver.” Ela afirmou ainda que conheceu Leah melhor durante a viagem: “Ela estava se divertindo, saindo da sua zona de conforto. Tinha um espírito corajoso e doce.”
O último abraço
A mãe de Leah, Michelle Harrison, prestou um emocionante depoimento. Ela contou que a filha havia se recuperado recentemente de uma amigdalite e ficou em dúvida sobre deixá-la ir à excursão. Mas Leah, animada, a convenceu.
“Dei-lhe o maior beijo e abraço e disse para aproveitar ao máximo. Foi a última vez que vi minha filha viva”, disse Michelle, emocionada. Ela descreveu a filha como uma menina gentil, com “o sorriso mais lindo e contagiante” e que sonhava em jogar futebol pela seleção da Inglaterra.
Investigação em andamento
O inquérito judicial continua nos próximos dias para avaliar a segurança da atividade e as medidas preventivas adotadas pelo centro Carlton Adventure, administrado pelo Conselho Municipal de Hartlepool.
Enquanto isso, amigos, familiares e a comunidade escolar prestam homenagens a Leah e se unem na dor da perda precoce de uma menina cheia de vida, sonhos e coragem.