A proximidade do inverno, que se iniciará em 20 de junho no Brasil e no litoral do Paraná, bem como a redução gradativa das temperaturas na região, faz com que a chegada de pinguins ocorra nas praias paranaenses. Segundo o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), executado no Paraná pelo Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), nos últimos 10 anos mais de 8 mil encalhes de pinguins ocorreram no litoral do Paraná, sendo que 109 animais foram reabilitados e devolvidos à natureza.
No último dia 25 de abril, foi o Dia Mundial do Pinguim. Segundo o LEC, a data reforça a importância de lembrar que, muito além de carismáticos, os pinguins-de-Magalhães são indicadores importantes da saúde do oceano. “No Paraná muitos animais são registrados usando a região para alimentação no período de migração, mas também há aqueles que chegam às praias debilitados. Para cada indivíduo resgatado, existe uma história que conecta ciência, conservação e esperança”, completa.
Segundo as informações do LEC, os pinguins-de-Magalhães migram todo ano em busca de alimento e águas mais quentes, advindos de regiões da Patagônia, na Argentina, chegando ao litoral paranaense no inverno. “Desde o início do PMP-BS no Paraná, executado pelo LEC/UFPR, já foram registrados mais de 8 mil encalhes de pinguins em nossas praias. A maioria chega entre o outono e inverno, período migratório e quando os animais percorrem longas distâncias em busca de alimento”, explica a assessoria.
A maioria dos pinguins encalham no litoral paranaense ainda juvenis, com a plumagem marrom acinzentada. O trajeto deles para a chegada ao litoral é de muitos desafios. “Devido às mudanças climáticas, a escassez de alimento, a interação com resíduos e redes de pesca, além da longa jornada de deslocamento, a migração pode apresentar riscos aos animais, especialmente para os que estão em sua primeira viagem”, completa.
- 287 encalhes de animais marinhos ocorreram no litoral durante todo o verão
Ações contínuas

Os alertas contínuos no ecossistema dos pinguins fazem com que as ações realizadas e os dados coletados ao longo desses quase 10 anos pelo PMP-BS são tão importantes. “A equipe técnica utiliza diversos métodos para compreender os impactos ambientais e os padrões migratórios, mas também identificar áreas críticas e orientar políticas de conservação para a espécie e para todo o oceano”, acrescenta.
“Ao longo desse tempo, a equipe do PMP-BS/UFPR reabilitou 109 pinguins, que foram devolvidos ao mar — saudáveis e prontos para seguir sua jornada de volta às áreas reprodutivas na Patagônia Argentina. E o ciclo se repete…Com a chegada do frio, os pinguins estão a caminho novamente. Então, preparem-se, em breve os viajantes devem aparecer pelo nosso litoral”, informa o Laboratório.
Sobre o PMP-BS
De acordo com a assessoria, a realização do PMP-BS é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos. “No estado do Paraná, Trecho 6, a execução do projeto é realizada pela equipe LEC/UFPR (@lecufpr e www.lecufpr.net)”, finaliza.
Com informações do LEC/PMP-BS