No último dia 15 de abril, as três Potências Regulares da Maçonaria do Paraná, o Grande Oriente do Paraná (GOP), a Grande Loja do Paraná (GLP) e o Grande Oriente do Brasil – Paraná (GOB-PR), participaram em conjunto com a Polícia Militar do Paraná (PMPR) de Solenidade de Homenagem ao Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. O evento aconteceu na Academia Policial Militar do Guatupê, em São José dos Pinhais/Curitiba, contando com a presença de diversas autoridades militares, maçônicas e civis.
A solenidade ocorreu em parceria com a PMPR de forma simultânea na capital paranaense, bem como em Londrina, Pato Branco, Maringá, Cascavel, entre outros municípios paranaenses. A celebração reforça o compromisso da Maçonaria com a valorização de atos cívicos e na preservação da memória dos heróis do Brasil.
O Grão-Mestre Adjunto do GOP, Gil Alessandro Zwir, representou na cerimônia o Grão-Mestre do GOP, Vladimir Pires Martins, e os Grãos-Mestres da GLP, Marco Antônio Correa de Sá, e do GOB-PR, Paulo Roberto Socher, maiores autoridades da Maçonaria paranaense. “Desde o ano de 2017, juntas, Polícia Militar do Estado do Paraná e Maçonaria Paranaense, aqui representada pelo Grande Oriente do Paraná, pela Grande Loja do Paraná e pelo Grande Oriente do Brasil – Paraná, reúnem-se, anualmente, em uma cerimônia cívica para reverenciar e homenagear a figura histórica do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes”, destaca.
“Esse momento solene, que une instituições tão relevantes da sociedade paranaense e brasileira, não é apenas um ato de memória. É um gesto de afirmação. De reverência. De compromisso com os valores mais elevados da nossa história”, explica o Grão-Mestre Adjunto.
Tiradentes e o Brasil

De acordo com Zwir, Tiradentes não é apenas um personagem do passado, sendo um símbolo dos ideais de liberdade, justiça e independência. “É, por isso mesmo, Patrono das Polícias do Brasil e Patrono Cívico da Nação Brasileira, títulos que não apenas reconhecem seu sacrifício, mas eternizam seu exemplo”, explica. “Tiradentes desejava um Brasil livre da opressão colonial, liberto da exploração, dono de seu próprio destino. Um país onde o povo tivesse voz, vez e dignidade. Sua atuação na Inconfidência Mineira, mesmo sem sucesso político imediato, ecoou pelos séculos como o grito de uma consciência nacional nascente”, completa.
A autoridade maçônica relatou a necessidade de recordar a vida e luta de Tiradentes e reflexão sobre o Brasil atual em que vivemos, questionando se somos hoje um País verdadeiramente independente. “É certo que proclamamos nossa Independência em 1822. Que nos tornamos uma República em 1889. Que consolidamos uma Constituição em 1988. Temos instituições democráticas, um povo plural, uma cultura rica e uma capacidade produtiva imensa. Mas a independência real não se mede apenas por símbolos. Mede-se por soberania política, autonomia econômica, justiça social, igualdade de oportunidades e consciência de identidade”, destaca. “E quando olhamos com atenção, percebemos que ainda há muito a ser feito”, complementa.
Outro foco do discurso foi a dependência atual do País em tecnologias que não produzimos, modelos econômicos que não beneficiam o Brasil e padrões culturais importados, com uma economia que conta com desigualdades regionais, com parte da população vivendo sem educação de qualidade, saúde eficiente, segurança plena e trabalho digno. Apesar disso, Zwir ressalta que o Brasil pode sim um dia ser verdadeiramente independente. “Mas exige de todos nós um compromisso profundo com um projeto de nação. Exige que valorizemos a educação como instrumento de liberdade. Que invistamos em ciência e tecnologia como ferramentas de autonomia. Que cultivemos uma cultura crítica, criativa e enraizada em nossas tradições”, frisa.
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Cerimônia

O Grão-Mestre Adjunto salientou a necessidade do combate firme à corrupção, ao desrespeito às instituições e ao desprezo pelo bem comum, destacando que cada brasileiro conta com uma parcela de responsabilidade pela construção do Brasil que todos sonham. “Independência não é um ato isolado. É um processo. Uma travessia. Um caminho que se percorre todos os dias com coragem, com ética e com esperança. Tiradentes não viu o Brasil livre. Mas plantou a semente. E essa semente germinou. A liberdade que hoje desfrutamos, ainda que incompleta, é fruto do sacrifício de homens como ele”, frisa, destacando que Tiradentes não deve ser apenas exaltado, mas imitado, com reafirmação de seus ideais e valores.
“Essa cerimônia, construída pela união entre a Polícia Militar do Paraná, a Maçonaria Paranaense e a sociedade, é um ato de memória, mas também de futuro. É o testemunho de que os valores da liberdade, da cidadania, da honra e da justiça permanecem vivos entre nós. E que não nos conformamos com a aparência de independência, mas buscamos sua realização plena, com ações, com consciência e com fé no destino do nosso povo. Que o exemplo de Tiradentes nos guie. Que sua memória nos inspire”, finaliza o Grão-Mestre Adjunto do GOP, Gil Alessandro Zwir.