Na tarde da quinta-feira, 24, o padre Fábio Júnio Bezerra de Lima, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Paz, de Paranaguá, realizou balanço do seu trabalho de evangelização de quatro anos na Paróquia, bem como na estrutura da Igreja Matriz que reinstalou seu telhado e teve uma revitalização completa. No último dia 11, a Diocese de Paranaguá, por meio do bispo Dom Edmar Peron, anunciou mudanças entre os párocos de Paranaguá, divulgando que o padre Fábio Lima será o novo Pároco da Catedral Diocesana Nossa Senhora do Rosário, algo que ocorrerá a partir de junho de 2025.
“As transferências fazem parte desta vivência da Igreja, isto é muito importante de ser destacado com obediência ao bispo diocesano, sobretudo a partir das leis da Igreja no nosso Código de Direito Canônico que prescreve essas transferências, concedendo ao senhor bispo esta prerrogativa. Claro que ele não fez isso de uma hora para outra, ele senta, dialoga com todos nós padres, isso passa no que nós chamamos de Colégio de Consultores, que é um colégio formado por cinco a seis padres da Diocese que junto ao senhor bispo dialoga sobre essas transferências. Eu participo também do Colégio de Consultores, estava nessa reunião juntamente com outros Irmãos”, afirma padre Fábio.
Segundo o pároco, as transferências são acolhidas pelos padres em sinal de amor à Igreja e obediência ao pastor diocesano. “Isso é muito legítimo em nossa caminhada de padres e de Igreja. Eu fiquei quatro anos na Igreja da Paz, parece um tempo curto, mas diante do que nós vivemos e vivi com aquela comunidade, parece que foi uma década. Tenho quatro anos de padre, cheguei na Paróquia da Paz em 2 de fevereiro de 2021 e fiquei padre no dia 10 de abril de 2021, eu era diácono quando cheguei”, afirma, destacando que chegou à missão ainda espantado, mas confiante no Senhor.
“Fui ordenado padre e voltei no dia seguinte para tomar conta da Paróquia, então são quatro anos de padre e quatro anos que estou a frente da Paróquia da Paz”, ressalta o pároco. “Desde o primeiro momento, quando tivemos a reunião do Colégio de Consultores, voltamos às nossas comunidades já com isso no coração. Não é fácil, não é que voltamos sorrindo, não é assim, voltamos, rezamos, meditamos isso no nosso coração. As datas foi definido um tempo de dois meses desde a reunião desde que fomos comunicados, dialogamos sobre isso, até a transferência”, complementa.
Despedida
Segundo o padre, ele e todos os padres que foram transferidos encerram suas atividades em 25 de maio. “Eles devem estar em suas novas paróquias no dia 1.º de junho. Na realidade todos nós deveremos estar em nossas comunidades em 1.º de junho do ano em curso. Claro que um ou outro padre não poderá estar no dia 1.º, indo nos dias seguintes, mas aquela semana será a semana de posse”, salienta. “Isso é necessário até mesmo porque os outros irmãos precisam do quatro, da casa, organizar a vida de novo, então teremos uma semana e a partir de 1.º de junho começam as posses dos novos párocos”, salienta.
“Em diálogo com o bispo sempre digo que as pessoas acolhem essas notícias a partir do modo também como nos comprometemos e levamos. Precisamos saber dizer as notícias. No primeiro momento voltei para casa pensativo, reflexivo, pois foram quatro anos com a minha comunidade de muita alegria e também de muitas lágrimas, por muitas vezes tive que parar diante de Jesus sacramentado e também dizer a Ele. Quando cheguei estávamos há anos sem uma Igreja Matriz, o nosso povo havia se distanciado da comunidade. Como padre jovem recém-ordenado a gente chega com muitos sonhos, contando com uma demanda interna muito grande”, explica.

O padre destaca a honra e satisfação em poder olhar a Igreja da Paz atualmente com telhado e revitalizada, cenário bem diferente do que quando ele entrou como pároco em 2001. “Depois de quatro anos olhar a Igreja, voltamos agora com a nossa fachada, casa paroquial, todos os projetos se encaminhando, como é que eu vou dizer que vou embora? Não é fácil. Então precisamos ter uma espiritualidade que o povo também espera de nós padres. Marquei então uma reunião com os meus coordenadores e disse que eles precisavam entender, acolher e que rezássemos juntos pela nossa comunidade. Nos dias seguintes, no fim de semana, comuniquei à toda Paróquia. Claro que isso gerou algumas lágrimas em mim e nos meus paroquianos, mas também vi neles este respeito por mim, dizendo que irão continuar unidos e me visitar na Catedral, querendo que tudo dê certo e vendo que bom que foi eu estar com todos eles”, explica, destacando uma comunidade “muito madura”.
“A Paróquia da Paz é uma comunidade que mesmo enfrentando a transição do padre que esteve com eles e viveu a alegria do retorno à sua Igreja Matriz, também, ao meu pedido, sou acolher esta transferência. Isso me gerou internamente uma satisfação muito grande, algo que disse no Domingo de Páscoa, que estava muito orgulhoso e feliz”, afirma o padre Fábio, destacando a transferência feita com tranquilidade, carinho e respeito.
- Diocese de Paranaguá anuncia mudanças de párocos em comunicado oficial
Catedral
Segundo padre Fábio Lima, a transferência ocorreu em diálogo com as Paróquias, contando com um dias anteriores ao comunicado para conversa com com os paroquianos e tempo até o final de maio para concretizar a mudança. “Eu irei à Catedral onde passa no coração um grande temor e tremor, como diz o Apóstolo Paulo, porque a missão é nova, tudo que é novo causa em nós, vamos dizer, esse sentimento de que é preciso ir, com coragem ou sem coragem, vai. Claro que ir à Catedral é um amor à nossa Diocese, é uma Igreja Mãe, penso nos que passaram, contribuíram com a missão, e nos outros que chegam. O meu coração se enche de esperança, pois quando fui para a Igreja da Paz, confiei no Senhor, e agora também confio Nele, que Maria Santíssima, Senhora do Santíssimo Rosário, intercede por aquela comunidade, por mim e por todos nós, para que possamos, a exemplo do Papa Francisco, neste tempo de luto, mas também de alegria com a ressurreição de Jesus, viver isso aqui”, explica.
“Agora é um momento para dizer ao Senhor que mais uma vez confio na força Dele e que me lançarei em Tuas mãos. Digo sempre que metade das coisas são nossas, as outras são do Senhor, então assim: as malas são minhas, a obra é Dele. Vou levar as malas para a obra que é Dele, então Ele cuidará também desta outra parte”, ressalta o pároco, salientando que já presidiu missas na Catedral, mas que a primeira celebração como pároco da Catedral será diferente. “Eu também estou na expectativa, até então como padre novo, a Paz é a minha primeira Paróquia, então não sei como é ser transferido. Tudo na vida do padre é novo, eu sou um dos caçulas da Diocese, um dos últimos a ser ordenado, então a transferência é este momento de expectativa”, completa.
“Chegar na Catedral e celebrar naquele Altar, assumir esta missão, é aquele retomar da minha primeira Missa que foi lá também. Eu fui ordenado no final do sábado de tarde e no domingo pela manhã fui à Catedral presidir a minha primeira Eucaristia”, salienta, destacando o nervosismo da celebração, inclusive com direito a choro pela emoção de celebrar na Igreja. “Nós somos frágeis, eu também sou gente, carrego sentimentos, medo e fragilidade, então assumir uma missão é se deparar com este temor e entender que missão não é minha, ela pertence ao Senhor, a obra é Dele, assumirei algo que não é meu, é do Senhor, é da Igreja. A Missa de Posse será este momento de sentir este temor, mas confiante nesta intercessão poderosa de Maria Santíssima e na presença do Senhor”, finaliza padre Fábio Lima.
A entrevista na íntegra abordando também o falecimento do Papa Francisco e as obras realizadas na Paróquia da Paz está disponível no Facebook da Folha do Litoral News