Creche católica demite professora infantil que produzia conteúdo adulto

A professora infantil Elena Maraga afirma ter sido demitida de uma creche católica na Itália por prejudicar a “relação de confiança” com as famílias dos amigos. Ela foi desligada depois que um dos pais descobriu seu perfil no OnlyFans, onde publicava fotos eróticas.

O pai de uma das alunas assinou o conteúdo e fez download das imagens. Ele foi descoberto pela esposa, que distribuiu as fotos para um grupo no WhatsApp. Depois que o perfil veio à tona, Elena foi  suspensa sem remuneração da creche, após se recusar a excluir sua conta.

Um grupo de 30 pais teria assinado uma petição se opondo à sua demissão e um sindicato se opôs às tentativas de demiti-la. No entanto, Elena foi oficialmente desligada na terça-feira (22/4).

De acordo com a agência de notícias ANSA, a escola justificou a demissão, dizendo que o contrato foi rescindido “por justa causa com efeito imediato”. Segundo a instituição, o perfil no OnlyFans a “contrasta com a inspiração católica que norteia a direção educacional da escola”.

Ao Daily Mail, a professora, que trabalhou cinco anos na creche, criticou a decisão da escola. “Me enviaram uma carta dizendo que fui demitida por comportamento inadequado, pois a relação de confiança foi prejudicada. Acho isso 100% injusto. Tirar fotos sensuais nunca comprometeu meu profissionalismo no trabalho”, defendeu.

Elena contou que criou o perfil no OnlyFans por dinheiro, já que o salário de professora, de € 1.200 euros (cerca de R$ 7 mil) por mês, era “insustentável”. “Eu gosto de mim mesma, transformei minha paixão pelo meu corpo em uma forma de ganhar dinheiro. Não entendo qual é o problema”, disse ela ao jornal Daily Mail

Ela disse em entrevistas anteriores que o que faz no OnlyFans não atrapalha sua performance na sala de aula. “Não faz mal a ninguém… as pessoas deveriam ter o direito de fazer o que quiserem em suas vidas privadas”, declarou anteriormente para a imprensa local.

“Não tenho vergonha do que faço”, acrescentou, insistindo que é “adulta e consciente” do que faz. Ela compartilhou que seus pais “sabem da minha vida de ‘trabalho extra’ e discordam”, mas observou que “dizem que com quase 30 anos posso fazer as escolhas que quiser”.

Elena é formada em Ciências da Educação e começou a procurar outras carreiras depois de trabalhar como professora mal paga. Ela disse à mídia italiana que ensinar é sua “vocação”, mas admitiu que ganha “muito mais na internet”.

Adoro ensinar crianças, é a minha vocação. Abri o OnlyFans há um mês, em parte por diversão, em parte por curiosidade, em parte para ver se realmente dava para ganhar dinheiro. Em um dia, recebo o salário de um mês”, disse à Open, em março. 

Entrevistas aceleraram demissão

Desde que o caso veio à tona, Elena tem dado diversas entrevistas se defendendo por ser afastada do cargo. No entanto, as declarações foram mal vistas pela escola, que afirmou ter acelerado a demissão por conta das declarações. 

A creche alega que suas declarações públicas “prejudicaram irreparavelmente o elemento de confiança” e que isso impossibilita continuar a relação de trabalho. Ao Daily Mail, Elena revelou que ainda não decidiu se vai ou não contestar a demissão.

Ela afirma que a escola “me atacou, dizendo que eu estava buscando atenção da mídia” e alegou que “nunca quiseram falar comigo” sobre o assunto. “Eles sempre agiram por meio de cartas e nunca quiseram diálogo. Estou surpresa que uma escola católica que prega a moralidade trate um funcionário dessa maneira”, acrescentou.

A história da professora atraiu a simpatia de alguns pais, que destacam o trabalho “fantástico” com as crianças.

Além disso, eles apoiam a ideia de que a conta no OnlyFans não afeta a capacidade dela de ensinar. O Ministério da Educação da Itália prometeu, no mês passado, elaborar um novo código de ética que proibiria professores de aparecerem em sites como o OnlyFans, de acordo com o Telegraph.

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