Adolescente abusava do irmão de 5 anos para desafio na web

A expansão das tecnologias de comunicação trouxe incontáveis avanços para a vida moderna, mas também abriu espaço para ameaças antes impensáveis. Em tempos em que a privacidade digital é exaltada, criminosos têm usado justamente esse escudo para cometer atrocidades no ambiente virtual – algumas com consequências devastadoras na vida real. É o caso revelado por uma investigação da Polícia Civil de São Paulo, que envolve o abuso sexual de uma criança por seu próprio irmão adolescente, a mando de um adulto com quem mantinha contato online.Um jovem de 16 anos foi apreendido na última quarta-feira (23), suspeito de estuprar seu irmão de apenas 5 anos para produzir e compartilhar vídeos e fotos de conteúdo pornográfico infantil. Segundo a polícia, os abusos ocorreram dentro da casa da família, em Paraisópolis, na zona sul da capital paulista.CONTEÚDO RELACIONADOCaso Bernardo: condenada por crime que chocou o país é encontrada mortaOficial de Justiça intima Bolsonaro na UTI para julgamentoMulher ficou surda, cega e sem andar após colocar siliconeA descoberta foi possível graças à análise de materiais apreendidos durante uma operação da Polícia Federal no segundo semestre de 2024. A ação levou à prisão de um homem encontrado com vasto conteúdo de pornografia infantil, parte do qual foi rastreada até São Paulo. A investigação revelou que o adolescente mantinha contato com esse homem por meio do aplicativo de mensagens Zangi.Quer mais notícias nacionais? Acesse o canal do DOL no WhatsApp.CRIMINOSO FINGIA SER UMA MENINAAcreditando estar conversando com uma jovem, o adolescente enviava os vídeos dos abusos. “Ele mandava os vídeos achando que agradava uma menina. Mas era um criminoso orientando ele a abusar do próprio irmão”, afirmaram os investigadores. O perfil com o qual ele interagia era, na verdade, controlado por um adulto identificado como Gabriel, já preso pela Polícia Federal.Após a identificação do adolescente, a polícia o conduziu a uma delegacia no centro da cidade. A Justiça decretou sua internação, e ele foi encaminhado à Fundação Casa, onde aguardará julgamento por ato infracional análogo ao crime de estupro de vulnerável.O QUE DIZEM OS PAISOs pais das crianças afirmaram desconhecer completamente os crimes, que ocorreram no quarto do adolescente. A criança vítima dos abusos recebeu atendimento psicológico imediato.O aplicativo usado pelo jovem, o Zangi, possui criptografia de ponta a ponta e funciona com eficiência mesmo em conexões mais fracas – características que dificultam a interceptação e o monitoramento por autoridades.COMBATE À PORNOGRAFIA INFANTILEsse caso faz parte de um cenário mais amplo de combate à pornografia infantil no Brasil. Em novembro de 2024, a Operação Nix, coordenada por forças policiais de São Paulo e outros quatro estados, mirou suspeitos de pedofilia e crimes virtuais.Nessa ação, dois adultos foram presos e quatro adolescentes apreendidos, além da criação, em São Paulo, do Núcleo de Observação e Análise Digital, que monitora redes sociais e plataformas online com potencial de abrigar crimes desse tipo.
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