Fé e cultura: conheça pontos turísticos que contam a história de Penedo, no Sertão de Alagoas

Museóloga Carmen Lúcia Dantas aponta o que tem por trás das igrejas que atraem turistas à cidade. Muita história, gastronomia única e belezas naturais. Assim é Penedo, no Sertão de Alagoas, que faz parte da rede mundial de cidades criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Banhada pelo Rio São Francisco, os encantos da bela penedo não se limitam às margens do Velho Chico. O rico centro histórico é um convite para explorar as raízes e tradições da região.
“Penedo começou aqui. Penedo é emoldurada pelo Rio São Francisco, que trouxe o desenvolvimento para esta área. Através, sobretudo, da Bahia. As mercadorias chegavam por aqui e também chegavam negros escravizados que eram comercializados e levados para as grandes propriedades, os feudos que existiam no Baixo São Francisco”, explica a museóloga Carmen Lúcia Dantas.
A igreja Nossa Senhora da Corrente, um dos pontos turísticos de Penedo, foi construída como forma de pagamento de uma promessa, segundo contam historiadores antigos.
“Só existe Nossa Senhora da Corrente em Penedo. Na iconografia católica, não existe. Diz a lenda que um português se livrou de uma prisão em Portugal e fugiu para o Brasil com um pedacinho da corrente. Ele fez uma promessa para Nossa Senhora que construiria uma igreja em sua homenagem em agradecimento”, conta Carmen Lúcia.
A igreja é repleta de marcantes. Além do pedaço da corrente foi colocada no alicerce do templo, há uma passagem na parede que leva para um espaço onde acredita-se que é onde os negros escravizados ficavam escondidos.
“A igreja tem uma distribuição muito harmoniosa da sua decoração. Não tem só o acúmulo no altar. Distribui essa decoração com a nave da igreja. Isso dá um acréscimo nessa beleza”, explica a museóloga.
Penedo também abriga o Complexo Franciscano, um conjunto arquitetônico formado pelo Convento e Igreja de Santa Maria dos Anjos. O local é um importante ponto turístico da cidade e um exemplo da arquitetura barroca.
“É um complexo arquitetônico grande e preservado. Tem missa diária na igreja, é de uma atividade religiosa intensa”, afirma Carmen Lúcia.
No local, tanto na fachada quanto na parte interior, é possível identificar uma forte presença dos artesãos locais, com anjos afro-indígenas. “É a presença do artesão penedense na elaboração de um altar tão delicado”.
Outro lugar que vale a visitação é o bairro do Oiteiro. “É um bairro periférico, mas é muito importante tanto para a história quanto para a formação social da cidade de Penedo porque aqui é um território Quilombola e é tombado pela Fundação Palmares”, explica Carmen Lúcia.
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