Modelo seria forma de garantir investimentos em infraestrutura. Reunião-almoço promovida nesta terça-feira pela Acil e CIC-VT contou com exposição de cinco lideranças empresariais do Vale do Taquari.

Cinco lideranças de entidades empresariais do Vale do Taquari participaram, nesta terça-feira (15), de reunião-almoço (RA) promovida pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT). Para cerca de 120 pessoas, eles defenderam a visão das entidades que classifica a concessão das rodovias e a implantação de um sistema de pedágio free flow como forma de melhorar a logística e tornar a região ainda mais competitiva.
Em forma de painel, Nilto Scapin, Leandro Eckert, Ivandro Carlos Rosa, Adelar Steffler e Gilberto Antônio Piccinini falaram sobre os estudos realizados pelo Grupo de Trabalho (GT)da CIC-VT. Segundo os especialistas, o estado não tem condições de realizar as obras estruturantes que são necessárias nas rodovias e, com isso, a concessão é vista como a única alternativa para que hajam investimentos em infraestrutura.
Visão das entidades
Scapin, diretor de infraestrutura da Acil e presidente da Agabritas e Sindibritas do RS, trouxe um panorama sobre os investimentos que são realizados nas rodovias da região. De acordo com ele, os valores destinados pela união e pelo estado são insuficientes para atender à demanda de manutenção e construção de vias. “Ninguém aqui gosta de pagar pedágio, mas, infelizmente, sem eles, não há como fazer as obras que são necessárias para a nossa logística”, frisou.
O painelista apresentou uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes, onde mostra que 63,1% das rodovias brasileiras que estão concedidas estão em estado ótimo ou bom, enquanto o número de estradas na mesma condição que estão sob gestão pública cai para 22,7%. “A concessão é necessária para melhorar a segurança dos motoristas, reduzir custos logísticos e melhorar o tráfego”, destacou.
A defesa de uma tarifa mais justa através do sistema free flow foi explicada por Eckert, diretor de infraestrutura da CIC-VT. Segundo ele, o grupo defende que os usuários devem pagar tarifas menores, referente apenas a quilometragem que for utilizada. “É necessário fazer o cálculo de quantos veículos circulam diariamente pelas rodovias e dividir o custo para que todos paguem referente à quilometragem que for utilizada”, colocou. Adianta que a grande luta travada e vitória conquistada na implantação do free flow é a melhor distribuição da tarifa para o maior número de usuários possível.
Eckert destacou que são necessárias obras para melhorar as rodovias do bloco 2 e, sem a concessão, o estado não vai realizar as intervenções que se fazem necessárias “Se não fizermos as privatizações, a nossa região tende a perder a competitividade em relação a outras regiões brasileiras”, pontuou.
Vice-presidente regional da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) no Vale do Taquari, Rosa comentou que é necessário existir uma fiscalização nos contratos de concessão. “Os conselhos que fiscalizam as obras devem cumprir o papel de exigir os investimentos que estão em contrato”, explanou.
Segundo o painelista, o GT vem realizando estudos que comprovam que as regiões que não apresentam boa infraestrutura logística não se desenvolvem. “Se não for com concessão, não conseguiremos crescer. E não podemos correr o risco de as empresas que estão aqui hoje pararem de investir na nossa região”, alertou.
Presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Arroio do Meio (Acisam), da Cooperativa Valelog e da Rede Transporte, Steffler apresentou uma tabela que apresentou o valor de R$ 54.432,00 pagos em pedágio durante 18 anos por uma pessoa que fez o trajeto Arroio do Meio / Encantado diariamente. Segundo o painelista, se o sistema fosse o free flow, com cobrança referente apenas à quilometragem rodada, o valor baixaria para R$ 14.169,60. “Esses R$ 40.262,40, que é a diferença, estão sendo pagos por um trajeto que essa pessoa não utiliza e, mesmo assim, os investimentos não estão acontecendo”, afirmou.
Steffler compartilhou que a defesa pelo sistema free flow vem embasada em anos de estudos sobre o sistema. “Há quatro anos fui convidado para integrar a diretoria da CIC-VT. Então, esses posicionamentos que estamos apresentando vêm de quatro anos de estudo sobre o sistema de pedágios”, citou.
Encerrando o painel, Piccinini, presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Dália, falou que é importante discutir tecnicamente as questões e obras que estarão no contrato de concessão. “Nós estamos aqui para mostrar um posicionamento que beneficie a nossa região”, acentuou.
Ele finalizou a participação comentando que é preciso ter um sistema que ofereça investimentos e tarifas justas para que a região se torne cada vez mais competitiva. “Nosso Vale é pujante e rico em oportunidades. Precisamos de obras estruturantes e tarifas justas para que o desenvolvimento aconteça”, finalizou.
Importância do tema
O presidente da Acil, Joni Zagonel, em sua saudação, comentou que a promoção da RA em parceria com a CIC-VT é alusiva ao mês do Associativismo, e que o tema impacta nos negócios e na vida dos moradores da região. “Nós entendemos que a concessão é o caminho para que os investimentos aconteçam. Mas ela precisa acontecer de forma justa e que realmente traga retornos para a sociedade”, colocou.
Segundo Zagonel, trazer os painelistas para expor o ponto de vista das entidades é a oportunidade para os associados ouvirem explicações baseadas em anos de estudo. “Esses experts discutem a concessão há muitos anos e hoje compartilham o conhecimento e suas percepções conosco”, falou.
Patrocínio
As RA’s de 2025 da Acil têm o patrocínio de Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), BrasRede Telecomunicações, CBM Materiais Elétricos, Excellence Garçons, Florestal Alimentos, Fruki Bebidas, Grupo Imec, Grupo RBS, Kappel Imóveis, Olicenter, Rhodoss Implementos Rodoviários, Sicredi Integração RS/MG, Tecnosom Sonorização, Unimed VTRP, Vincere Construtora e Wep Compliance.
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