Expulsão da PM e defesa de Pablo Marçal: quem é João Neto, advogado e influencer preso em Maceió

Famoso por brincar com casos de crimes previstos no Código Penal, o advogado criminalista João Neto acumula mais de 2 milhões de seguidores em uma única rede social. Além da fama por humor, o influenciador concentra diversas polêmicas, como a expulsão da PM, a defesa do ex-coach Pablo Marçal e um soco em um colega durante uma audiência. 

Nessa segunda-feira (14), João Neto foi preso suspeito de agredir a companheira, que relatou ter sido empurrada. Com a queda, ela caiu e bateu o queixo no chão provocando um corte profundo. A vítima saiu no corredor do prédio deixando um rastro de sangue e ele foi flagrado tentando limpar o rosto dela. 

Carreira como influencer

João Neto viralizou por responder, de forma polêmica e humorada, a perguntas envolvendo Direito Penal. “Se você matou alguém, você vai responder por homicídio. Contudo, se você for meu cliente, não vai dar nada, porque cliente meu não mata ninguém”, brinca em um dos vídeos.

Em outra publicação, João Neto aconselha quem matar um criminoso com uma arma ilegal ou sem registro. “Ah, doutor, mas não tem registro. Beleza, diz que a arma é dele. Bota a mão dele na sua arma e imputa a arma para ele”.

Além dos vídeos humorísticos, ele também é famoso por alguns bordões, como “Cuida, Pai!” e  “No coco e no relógio”, que repete em diversas publicações. Segundo ele, o significado da segunda expressão remete a um amigo policial, que contou uma vez que atirou na cabeça e no peito de um suspeito e utilizou a expressão como “sinônimo”. No entanto, ele diz usar a frase no sentido figurativo e não para incentivar a prática dos tiros.   

  • Atuação como policial Militar

Durante uma participação em um podcast, João Neto contou ter matado 28 pessoas quando era policial na Bahia. “Matei 28 na Bahia e aqui (Alagoas) eu matei quatro”, fala o advogado.

No entanto, segundo ele, todas as mortes foram em legítima defesa. “Não fui eu, foi a profissão”.

  • Expulso da corporação

O suspeito também já foi Policial Militar, porém foi expulso da corporação após se envolver em uma briga de trânsito com a mulher do coronel. 

“Me meti em uma confusão de trânsito com uma mulher, discutimos, mandei ela passar por cima do carro. Depois ela chegou do lado, me chamou de preto, não sei quanto é nome. Eu respondi ‘sua gostosa’,” contou em entrevista à um podcast. 

Após a discussão, Neto conta que foi seguido por ela e que a discussão continuou. Além disso, depois dele revelar que era policial militar, ela insistia para levá-la preso. 

“Disseram que eu tinha botado arma na cara dela, inventando história. Abriram um PAD mais rápido do que ligeiro”.

O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) é uma investigação que apura a conduta de militares que infringem a ordem jurídica. Após o caso, ele foi expulso da PM e passou a ser advogado.

  • Morte de suspeito em mercadinho

Em 2020, o advogado tinha um mercadinho e estava no caixa do estabelecimento, na capital alagoana. Enquanto ele passava as compras de um cliente, chegaram dois suspeitos para assaltar o estabelecimento. 

As imagens de segurança do local mostraram, na época, que um dos homens apontou uma arma e atirou em um funcionário do local. Rapidamente, João Neto se levantou, sacou também uma arma de fogo do bolso e atirou contra o assaltante. O homem não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Já o outro suspeito fugiu do local. Confira a reportagem na época do crime: 

Advogado de Pablo Marçal

No exercício da advocacia, João Neto foi advogado do ex-coach Pablo Marçal no período da candidatura à Prefeitura de São Paulo. O ex-PRTB teve as contas suspensas pela Justiça Eleitoral e Neto foi chamado para tentar resolver a situação e contornar a decisão. 

“Derrubou a conta? Segue a outra. Quando derrubar a outra, vai seguindo”, era o que dizia o advogado. 

Soco em colega

Já no ano passado, em 2024, João Neto se envolveu em uma nova confusão, quando agrediu um colega de profissão durante uma audiência de conciliação no Juizado Especial Criminal e do Torcedor, também em Maceió. Na ocasião, ele desferiu três socos contra um advogado. 

João Neto alegou que agiu em legítima defesa após ser empurrado pelo outro profissional durante a audiência.

“Se bater, pai, no Neguinho, no Pretinho, vai dar problema. Pode ser o presidente, vai dar problema, ou para ele ou para mim. Se a merda for muito grande, a última eu jogo no meu juízo… Enquanto tiver me xingando, eu aceito. Só não aceito que me empurre e me bata. Eu agi em legítima defesa”. 

Prisão nessa segunda-feira (14)

O advogado e influenciador João Neto foi preso suspeito de agredir a companheira nessa segunda-feira (14), em um apartamento, localizado no bairro da Jatiúca, em Maceió. Câmeras de segurança flagraram a vítima ensanguentada. 

De acordo com informações da Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit), a vítima foi encaminhada para um hospital particular e o suposto autor ficou rodeando o local, onde foi localizado e preso. O estado de saúde da mulher não foi divulgado. 

Ainda segundo a Oplit, a mulher informou que foi derrubada com um empurrão. Com a queda, ela caiu e bateu  o queixo no chão provocando um corte profundo. Além disso, também contou que não seria a primeira vez que teria sido agredida pelo companheiro. 

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