Ansiedade atinge 1 milhão e busca por tratamentos bate recorde

Ana Carolina Gadiolli pratica exercício e faz psicoterapia

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Kadidja Fernandes/ AT

Os transtornos de ansiedade podem estar presentes em qualquer momento da vida e, desde a pandemia, afetam cada vez mais pessoas.No Espírito Santo, cerca de 1 milhão de capixabas sofrem com o problema e a busca por tratamentos bate recorde.O número representa 26,8% da população do Estado. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa porcentagem também é a média de brasileiros com ansiedade. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), quatro tipos são englobados no conceito de transtornos de ansiedade: o Transtorno de Pânico, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, o Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Social e o Transtorno de Ansiedade Generalizada. Fatores como o desemprego, as mudanças no rumo da economia e a falta de segurança pública podem contribuir para a conjuntura da ansiedade na sociedade brasileira, mas, para a psicóloga Luíza Bazoni, os principais motivos que explicam os dados são outros.“Uma das principais explicações para esse aumento é o estresse e a angústia causados pelo isolamento social decorrente da pandemia, além das restrições à capacidade das pessoas de trabalhar e à falta de contato para busca de apoio de familiares e de vida social ativa”.A abordagem mais eficaz para o tratamento da ansiedade é aquela que integra múltiplas estratégias terapêuticas adaptadas às necessidades específicas de cada paciente, defende o psiquiatra João Cirqueira.“Considero fundamental adotar uma perspectiva multidisciplinar, que aborda tanto os aspectos psicológicos quanto os físicos, como a própria avaliação clínica, psicoterapia, prática de exercícios físicos e tratamento farmacológico, quando necessário”.O especialista aponta que, mesmo após os primeiros momentos do pós-pandemia, há um grande número de pessoas buscando tratamento no Estado, o que reflete uma maior conscientização sobre o cuidado com a saúde mental.Nova rotinaA universitária Ana Carolina Gadiolli, 28 anos, realiza uma combinação de intervenções para lidar com os sintomas. Atividade física, alimentação saudável e psicoterapia estão entre os principais cuidados. Ela conta que, desde que venceu o desemprego e adquiriu nova rotina, se sente melhor.Os números- 1 milhão é o número aproximado de capixabas que lidam com transtornos de ansiedade, considerando a média de 26,8% da população do Estado e brasileira.- 54,4 milhões de brasileiros lidam com transtornos de ansiedade.Saiba maisAnsiedadeA ansiedade é uma reação natural do corpo, mas, em excesso, pode atrapalhar o dia a dia e se tornar uma condição psicológica. Quando isso acontece, a ansiedade se torna patológica e há sintomas mentais e físicos. Há quatro diagnósticos possíveis nos transtornos de ansiedade: o Transtorno de Pânico, o Transtorno Obsessivo Compulsivo, o Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Social e o Transtorno de Ansiedade Generalizada.CausasNão existe um único motivo para a ansiedade. Na verdade, há uma combinação de fatores genéticos e ambientais por trás do problema de saúde.Gatilhos e traumas de vida também estão associados às causas da ansiedade. SintomasAlterações no sono, inquietação, desregulação do apetite, medos irracionais, mudanças constantes de humor, pensamentos obsessivos, dificuldade de concentração, dificuldade de socializar, excesso de preocupações e fadiga estão entre os principais sintomas dos transtornos de ansiedade. Durante a infância e o início da adolescência, os transtornos de ansiedade se manifestam basicamente por meio de sintomas físicos, como, por exemplo, dor de cabeça, dor de barriga, dor nas pernas e desregulações no sono e no apetite. TratamentoO tratamento para os transtornos da ansiedade deve ser individualizado, com base na história de cada paciente. Contudo, há algumas indicações gerais.Atividade física frequente, uma dieta saudável, sono regular e exercícios de relaxamento podem ajudar a reduzir a ansiedade.Em alguns casos, o uso de uma medicação é adicionado ao protocolo de tratamento. Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Ministério da Saúde, Hospital Israelita Albert Einstein e especialistas consultados.

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