O príncipe Harry, filho do rei Charles III e Diana (1961-1997), está em Londres para acompanhar seu processo em que luta para chegar a um acordo sobre sua segurança e de sua família em visitas ao Reino Unido. Isso porque, desde que ele renunciou às suas funções da família real britânica, o comitê responsável pela proteção de figuras públicas e da realeza decidiu cortar a segurança pública paga com dinheiro dos contribuintes para eles.
Desde que deixou o cargo oficial, então, Harry não tem mais direito automático à segurança financiada pelo governo britânico quando visita o Reino Unido. A necessidade de sua proteção é avaliada caso a caso, ou seja, depende do motivo da visita e da avaliação de risco.
Durante a fala de sua advogada, Shaheed Fatima, no Tribunal de Apelações, ela deixou claro que Harry não quer voltar a ter exatamente a mesma proteção de quando era membro da realeza. O príncipe alega que apenas quer ser tratado como qualquer outra pessoa que solicita segurança ao comitê, com o mesmo processo padrão, e não por um “processo personalizado” que, segundo ele, é injusto e inferior. O filho caçula de Charles chegou a oferecer pagar do próprio bolso por sua segurança, mas teve sua proposta recusada pelo governo.
Uma das manifestações da advogada que já está repercutindo na imprensa britânica diz respeito à polêmica saída do príncipe Harry e sua esposa, Meghan Markle, do Reino Unido. Em 2020, eles deixaram suas funções na monarquia para morar nos Estados Unidos; a decisão deu início a um racha público na família real, com o auge da treta sendo marcado pela autobiografia de Harry, ‘O Que Sobra’, lançada em janeiro de 2023.
Segundo ela, a saída deles aconteceu por um motivo — e não foi exatamente uma escolha: o casal não se sentia mais protegido pela instituição e se viu forçado a renunciar. “Em 8 de janeiro de 2020, o duque e sua esposa se sentiram forçados a se afastar do papel de membros oficiais em tempo integral da família real, pois consideravam que não estavam sendo protegidos pela instituição, mas desejavam continuar cumprindo seus deveres em apoio à falecida Rainha como membros da realeza financiados de forma privada.”
Ela acrescentou: “O argumento do apelante (Harry) não é que ele deva automaticamente ter a mesma proteção que tinha quando era um membro ativo da família real. O que ele defende é que deveria ser avaliado pelos mesmos critérios e pelo mesmo processo que qualquer outra pessoa que esteja sendo considerada para proteção pelo Ravec (comitê responsável por definir a segurança) — a não ser que exista uma justificativa forte para tratá-lo diferente.”
Harry processou o Ministério do Interior ainda em 2021 após a decisão do Ravec de retirar sua segurança financiada com recursos públicos. Em 2023, o Tribunal Superior rejeitou a ação do duque de Sussex; posteriormente, ele obteve autorização para apelar dessa decisão, e as audiências para ouvir o príncipe começaram nesta semana.