Depressão: HUOL recruta voluntários para estudo clínico de novo medicamento

O Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL-UFRN/Ebserh) está com recrutamento aberto para voluntários interessados em participar de um estudo clínico que investiga um novo medicamento para tratamento da depressão. A pesquisa, coordenada pelo anestesista Wallace Andrino da Silva e com participação do psiquiatra Emerson Arcoverde Nunes, também busca avaliar a eficácia e a segurança do fármacocomo complemento a antidepressivos em adultos e idosos diagnosticados com Transtorno Depressivo Maior.

O estudo será conduzido ao longo de dois anos, com prazo de 12 meses para o recrutamento dos participantes. Os candidatos devem estar na faixa etária de 18 a 74 anos, possuir diagnóstico de depressão moderada a grave, já ter feito uso de antidepressivos sem resposta satisfatória e ter alfabetização básica. Outros critérios de inclusão serão avaliados individualmente pelos pesquisadores.

Entre os principais critérios de exclusão, estão: histórico recente (últimos três meses) ou sinais atuais de doenças graves(como problemas cardíacos, respiratórios, neurológicos, gastrointestinais, entre outros), diabetes tipo 1 ou tipo 2 não controlado, distúrbios da tireoide não tratados, além de condições hormonais como doença de Cushing e doença de Addison.

Os participantes selecionados iniciarão o uso da medicação experimental por até 16 semanas. Após esse período, eles continuarão sendo acompanhados e receberão o mesmo medicamento ou um placebo, dependendo da fase do estudo. A nova medicação será associada ao tratamento antidepressivo já em uso pelo paciente, com monitoramento médico regular ao longo de todo o processo.

De acordo com Emerson Nunes, o foco está na melhora dos sintomas depressivos e da insônia, sintomas frequentemente associados ao transtorno depressivo. O medicamento, assim como todo o acompanhamento médico relacionado ao estudo, será oferecido sem custos aos voluntários. No entanto, outros tratamentos ou medicamentos da rotina de saúde dos pacientes não serão cobertos pela pesquisa.

Interessados devem entrar em contato com o Centro de Pesquisa Clínica do HUOL-UFRN pelos números (84) 99670-8676 (WhatsApp) ou (84) 3092-3635 / 3634, ou ainda pelo e-mail [email protected]. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

RN é o 4º estado do Nordeste em afastamentos por ansiedade e depressão

No Rio Grande do Norte, 8.043 pessoas foram afastadas por questões de saúde mental em 2024, sendo 2.525 por ansiedade e 1.585 por depressão. No Nordeste, apenas os estados da Bahia (14.065), Ceará (12.202) e Pernambuco (11.410) tiveram número de afastamentos maior pelo mesmo motivo. Os dados são do Ministério da Previdência Social.

No Nordeste, Alagoas (2.736), Piauí (3.238) e Sergipe (3.653) apresentaram o menor número de afastamentos por saúde mental. 

Os dados compõem um quadro alarmante que aponta que, no ano passado, o Brasil teve quase meio milhão de afastamentos por questões de saúde mental, o maior número em dez anos.

Nesses casos, em média, o trabalhador passa três meses afastado recebendo salário de R$ 1.900. De maneira geral, entre as explicações para o adoecimento mental está a situação econômica e do mercado de trabalho, além de resquícios da pandemia de Covid-19.

Brasil

Dos 3,5 milhões de pedidos de licença no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) concedidos em 2024, 472 mil foram solicitações motivadas por questões de saúde mental. O aumento em relação a 2023 foi de 68%, quando haviam sido registrados 283 mil benefícios concedidos pelo mesmo motivo.

O problema é mais recorrente nos estados mais populosos, como São Paulo (125.141), Minas Gerais (65.420) e Rio de Janeiro (31.660). Mas, proporcionalmente, os maiores registros foram no Distrito Federal (14.049), em Santa Catarina (33.461) e no Rio Grande do Sul (37.004).

O relatório das Nações Unidas “Economia do Burnout: Pobreza e Saúde Mental”, de 2024, já apontava que pessoas em situação de pobreza têm três vezes mais chances de desenvolver problemas de saúde mental e depressão.

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