Crianças mortas em Valéria: família reclama de demora em laudo

“Sinto que é um pouco de falta de respeito porque teve uma repercussão muito grande. E aí, a resposta do laudo demora desse jeito. É como se não tivesse dado importância”. Esse foi o desabafo de Alexandra de Jesus Fonseca, avó de Benjamim Fonseca de Souza, de 7 anos, e Maria Valentina Fonseca, de 5, crianças encontradas mortas, no dia 6 de fevereiro deste ano, em Valéria, no Subúrbio de Salvador. O desabafo de Alexandra é por conta da demora na conclusão do inquérito que investiga a causa das mortes dos netos. Alexandra lembra que, desde o ocorrido, já se vão quase 45 dias de espera por uma resposta que possa aliviar um pouco o coração da família. “Já se passaram 30 dias (prazo dado), a gente liga e eles [Polícia Civil] mandam esperar, mandam ligar daqui a 20, 15 minutos. E a única coisa que falam é que a delegada responsável está de férias. Mas, já se passaram mais de 30 dias”, avaliou a avó, ainda muito abalada.

Benjamim e Maria Valentina foram encontrados mortos dentro da casa onde moravam com os pais

|  Foto: Reprodução | Redes Sociais

À época do fato, a suspeita era que as crianças haviam sido envenenadas, após comerem uma gelatina preparada pela mãe, a estudante Iasmim Conceição Fonseca, 23. A jovem e o marido dela, Jean Silva da Hora, também consumiram o alimento e passaram mal. Iasmin foi intenada em estado grave, no Hospital do Subúrbio, e teve alta no dia 12 daquele mês. Jean também recebeu atendimento na unidade de saúde, mas foi liberado no mesmo dia. “Ela [Iasmim] melhorou em relação ao quadro de infecção, mas referente a perda dos filhos, não. Afinal de contas, são os filhos dela. Para a mamãe é difícil. Ela está tendo acompanhamento com psicólogo. Ela se sente do mesmo jeito que eu me sinto, impotente”, revela dona Alexandra, o sentimento que compartilha com a filha pela demora na resolução do caso.

Eu me sinto impotente

Alexandra de Jesus Fonseca

A Polícia Civil informou ao Portal A TARDE que “aguarda os laudos periciais para dar prosseguimento ao Inquérito Policial”. As mortes das crianças são investigadas pela 3ª Delegacia de Homicídios Baía de Todos-os-Santos (DH/BTS), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “Já ligamos já duas vezes. Tanto eu, quanto Jean [padrasto das crianças] e não obtemos nenhuma resposta. Me sinto triste pelas duas vezes que liguei e não recebi nenhuma resposta. E, a única a palavra que recebi, foi: você vai ter que esperar, não posso fazer nada. Mas, enfim, não posso fazer nada. Na verdade, entrego tudo na mão de Deus”, lamentou.Questionada se já sabe o que ocasionou as mortes de Benjamim e Maria Valentina, a avó revelou que não. “Assim, eu não tenho noção do que causou [as mortes], mas espero, em Deus, que esse laudo venha sair o mais rápido possível, porque está demorando muito para que a gente tem uma resposta”, concluiu a mulher.

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