Brasileiro Gustavo Bala termina em 6º e fica sem medalha no ciclismo BMX

Gustavo Bala Loka respirou fundo segundos antes de descer a primeira rampa na pista do La Concorde. Parecia condensar em si toda a concentração na busca por uma medalha inédita para o Brasil no ciclismo BMX freestyle em Paris. As duas voltas sem erros, contudo, não foram suficientes.

O brasileiro apresentou menor nível de dificuldade que outros rivais, fez 90.20 e 88.88 nas notas e terminou em sexto lugar. Foi o melhor resultado de um brasileiro nas modalidades de ciclismo nas Olimpíadas.

O ouro terminou na Argentina: Jose Torres Gil, com 94.82 na primeira volta, para conquistar a primeira sul-americana na categoria.

Anthony Jeanjean, da França, ainda voou na pista, sonhou com o ouro e os 93.76 garantiram o bronze. Ele chegou a figurar em segundo, mas foi ultrapassado por Kieran Darren David Reily, da Grã-Bretanha, na última volta – com 93.91 de nota.

Detalhe que Logan Martin – australiano ouro em Tóquio e que teve materiais roubados dias antes dos Jogos em Paris – caiu em suas duas voltas, ficando fora do pódio em 2024.

Como funciona?

 

O ciclismo BMX freestyle é disputado na modalidade park – que são a características da pista – e os ciclistas se apresentam com manobras em sessões de 60 segundos, utilizando as rampas e obstáculos. São duas apresentações e a maior nota vale.

As notas válidas na final foram:

  1. Jose Torres Gil, da Argentina: 94.82
  2. Kieran Darren David Reilly, da Grã-Bretanha: 93.91
  3. Anthony Jeanjean, da França: 93.76
  4. Marcus Christopher, dos Estados Unidos: 93.11
  5. Rim Nakamura, do Japão: 90.89
  6. Gustavo Batista de Oliveira, do Brasil: 90.20
  7. Justen Dowell, dos Estados Unidos: 88.35
  8. Ernests Zebolds, da Letônia: 87.14
  9. Logan Martin, da Austrália: 64.40

 

Jose Torres Gil, da Argentina, na primeira volta do ciclismo BMX freestyle — Foto: REUTERS/Esa Alexander
Jose Torres Gil, da Argentina, na primeira volta do ciclismo BMX freestyle — Foto: REUTERS/Esa Alexander

Quem é Bala Loka

 

Bala Loka cresceu na Cohab 2, periferia de Carapicuíba, em São Paulo, e começou a competir aos 7 anos de idade em pistas de terra, com uma bicicleta comprada no ferro-velho.

O apelido, que ganhou as atenções nas redes sociais, surgiu por conta de um acidente. O primeiro dele na bicleta – quando disputava ainda a BMX dirt jump, modalidade praticada em rampas de terra.

— Pulei a rampa, passei por ela, cai no chão e me machuquei. Acordei no carro do meu pai com ele jogando água em mim. Lembro do Overall falando bala, o bala louca. E ficou para sempre — contou Gustavo Bala Loka, hoje com 21 anos, em entrevista à TV Globo em 2022.

Bala Loka já conquistou uma medalha de bronze nos Jogos Sul-Americanos de 2022 e um bronze inédito nos Jogos Pan-Americanos 2023.

Gustavo Batista De Oliveira, o Bala Loka, do Brasil, no ciclismo BMX freestyle em Paris — Foto: REUTERS/Esa Alexander
Gustavo Batista De Oliveira, o Bala Loka, do Brasil, no ciclismo BMX freestyle em Paris — Foto: REUTERS/Esa Alexander

No feminino… ouro da China!

 

Na manhã de quarta-feira, as mulheres do BMX freestyle também desceram na pista. Deng Yawen completou a segunda volta com 92.60 de nota, sendo o corte que a americana Hannah Roberts, pentacampeã mundial e prata em Tóquio, precisaria alcançar.

A primeira volta de Roberts não havia sido das melhores, com 70 de nota, e na segunda ela caiu no primeiro salto, deixando o momento para Deng Yawen – na beira da pista – comemorar: conquistou o ouro entre abraços e lágrimas, na primeira medalha da China neste evento.

O pódio foi completado por Perris Benegas, dos Estados Unidos, e Natalya Diehm, da Austrália.

  1. 🥇Deng Yawen (CHN): 92.60
  2. 🥈Perris Benegas (USA): 90.70
  3. 🥉Natalya Diehm (AUS): 88.80

 

Yawen Deng, da China, em ação durante o Ciclismo BMX Freestyle em Paris — Foto: REUTERS/Esa Alexander
Yawen Deng, da China, em ação durante o Ciclismo BMX Freestyle em Paris — Foto: REUTERS/Esa Alexander

(Fonte:G1)

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