Maradona morreu em uma ‘pocilga’, diz advogado: ‘Imundície raramente vista’

Em meio ao julgamento de setes médicos que seriam responsáveis pela morte de Diego Armando Maradona, Fernando Burlando, advogado de Dalma e Gianinna Maradona no processo, classificou a casa em que o jogador passou as últimas semanas de sua vida como sendo uma “pocilga” e inadequada para o internamento do argentino.A declaração se deu nesta quinta-feira, no Terceiro Juizado Penal de San Isidro, na região metropolitana de Buenos Aires. “Era uma pocilga, uma imundície raramente vista, inadequada para internação domiciliar”, afirmou o advogado. Maradona viveu, entre 11 e 25 de novembro de 2020, nesta casa, localizada em um condomínio fechado no bairro de San Andrés, Tigre.
O espaço ainda contava com um banheiro químico, em que precisou ser colocada uma mangueira às pressas para que o atacante pudesse se limpar, uma cama de casal, um televisão de 32 polegadas e um ar-condicionado. As imagens do quarto onde viveu o jogador haviam sido reveladas em 2021, pelo programa “A Dos Voces”, do canal de noticias TN. Burlando explicou, nesta quinta-feira, que o local era impróprio para que os enfermeiros pudessem cuidar propriamente de Maradona. O banheiro tinha menos de um metro de largura – por ter sido adaptado às pressas – e, segundo o profissional, era impossível “escutar qualquer queixa ou pedido” de Maradona enquanto lá ele estivesse.“O que eu quero é que descrevam o quão era aquele lugar”, disse Burlando. No julgamento, foi mostrada, por um dos promotores do caso, uma foto de Maradona, deitado em sua cama, no dia de sua morte. O jogador aparece com o abdômen inchado, em função das complicações de saúde ao longo de suas últimas semanas de vida.

“São estratégias de comunicação, o que o promotor fez é aceitável. É bom mostrar e representar graficamente tudo. De certa forma, parece uma foto muito dura, mas é uma realidade, era o estado do Diego, Medicaram ele e trocaram os medicamentos como se ele fosse um animal, e não um ser humano. Ele não podia falar nada”, afirmou o advogado. Os sete profissionais de saúde, acusados de negligência nos tratos do ex-jogador, responderão por “homicídio simples cometido mediante dolo eventual”. Caso condenados, os réus podem pegar de oito a 25 anos de prisão. Maradona morreu no dia 25 de novembro de 2020, em decorrência de um edema pulmonar, consequência de uma insuficiência cardíaca.A expectativa é de que o julgamento dure por meses, sendo encerrado próximo a julho. Cerca de 120 testemunhas serão ouvidas neste período, dentre familiares do falecido, outros médicos que cuidaram dele ao longo da vida e funcionários do ex-jogador.

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